Em meio às crises, tudo é possível. Até um dentista pensar em vender sua cadeira, para pagar contas ou um taxista querer se desfazer de seu veículo – sem verem que estariam matando a galinha dos ovos de ouro. Para quem não sabe, a Transpetro – com o nome de Fronape – precedeu a Petrobras e tem uma história de sucesso. Durante décadas, foi um baluarte e, depois, viu sua frota evaporar, até que, em 2003, iniciou-se programa de contratação de 46 navios, dos quais dez já operam, o que lhe trouxe novo ânimo.
Por incrível que possa parecer, a Transpetro cogita vender sua frota, imitando a Vale, para passar a alugar navios no mercado ou mesmo os próprios navios vendidos. Sequer aventar essa hipótese é absurdo, pois corresponde a copiar um modelo errado. A Vale é um fracasso em termos de navegação. No auge dos altos preços do minério, o então presidente da empresa, Roger Agnelli, reclamava dos altos fretes.
Ora, quem opta pelo uso da frota de terceiros sempre estará sujeito a isso, é regra de mercado. Quando os preços do minério chegaram ao cume, os donos de navios de granéis – que também sabem ler jornais – subiram os fretes, sabendo que Vale e outras mineradoras podiam pagar preços exorbitantes. A Vale comprou supernavios que a China só aceitou receber após fazer concessões ao governo comunista. É um absurdo se pensar em imitar um modelo contestado, no momento em que 46 navios renovam a frota da Transpetro.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
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