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OGX e credores ainda sem acordo

A rodada brasileira entre a OGX e os credores, detentores dos bônus internacionais com valor de face de US$ 3,6 bilhões, terminou na quarta-feira sem avanços. Não houve acordo. Também não há um projeto de solução em que ambos os lados estejam engajados neste momento.

A petroleira do empresário Eike Batista corre contra o relógio. O chamado prazo de 'cura' está terminando - a data limite é 3 de novembro. Antes de ser declarada oficialmente inadimplente, já que deixou de pagar US$ 45 milhões de remuneração desses títulos, ela tem 30 dias para negociar com os credores. Não há um novo encontro marcado.

O clima entre os representantes dos credores e a administração da OGX, após a melhora da semana passada, voltou a azedar. Os donos dos títulos tinham acenado com a possibilidade de trazer mais recursos à empresa, mas chegaram ao encontro desta semana com exigências de difícil execução. Diante da recusa da OGX, criou-se uma certa tensão e o diálogo foi rapidamente encerrado.

Conforme o Valor apurou, desde que chegou à OGX, o nova administração - sob a batuta da Angra Partners - está fazendo e refazendo cálculos sobre de custos e investimentos mínimos. A pergunta que buscam responder é: qual o valor mínimo para garantir a produção do campo de Tubarão Martelo, onde já está instalada a plataforma de exploração OSX-3. A resposta atual é US$ 75 milhões. Esse campo dará início à geração de receitas pela empresa - até então pré-operacional.

Esse número, logo que a crise tornou-se aguda, era de US$ 500 milhões, conforme a antiga administração. Tão logo esse montante mostrou-se impossível diante da crise de credibilidade do grupo, caiu para US$ 300 milhões. Às vésperas da chegada da Angra Partners oficialmente à OGX, já estava abaixo de US$ 200 milhões. E agora, após a mudança da gestão, foi uma última vez reduzido.

Pessoas próximas aos credores afirmam que a variação de números prejudicou o diálogo, assim com a instabilidade no time da OGX. O caso do 'Grupo X' envolve uma questão de quebra de confiança. Os valores iniciais pareciam exagerados e os atuais, subestimados, aos olhos desses investidores.

Embora a petroleira do grupo EBX tenha oficialmente até o fim da semana que vem para conversar com os credores, há mais um prazo em jogo: o término do acordo de confidencialidade entre a empresa e os donos dos bônus. Eles estão travados para comprar e vender os títulos por terem acesso a informações privilegiadas. Para que possam voltar a negociar os papéis, é preciso que as propostas oficiais trocadas nas negociações se tornem públicas. A data exata não é conhecida, mas está próxima.

Os bônus são negociados atualmente por cerca de 10% de seu valor de face, ou aproximadamente US$ 350 milhões.

Na OGX, os trabalhos estão focados na tentativa de levantar recursos novos, seja via dívida ou via ações. Mas trata-se de uma corrida contra o relógio. A companhia tenta ainda vender à Eneva (antiga MPX) a OGX Maranhão, que possui reservas de gás.

Até o momento, a companhia trabalhava com a possibilidade de atrelar o recebimento de novos recursos - dívida ou ações - a um processo de recuperação judicial. Era uma forma de proteger o dinheiro novo.

Num plano de recuperação, a companhia ganha prazo de 180 dias de proteção de seus bens contra falências e pode trabalhar de maneira organizada junto aos credores na montagem de um plano. Quando fez o novo levantamento sobre Tubarão Martelo, a companhia concluiu que o valor presente das reservas era da ordem de US$ 3,6 bilhões.

A situação da empresa, contudo, é complicada. Além da dívida com os detentores dos bônus, a OGX possui pendências elevadas com os fornecedores. Pessoas que tiveram acesso recente aos números afirmam que a dívida está próxima de US$ 500 milhões.

É esse cenário que leva os envolvidos com a definição do futuro da OGX a crer que a recuperação judicial é sua única alternativa.

Fonte: Valor Econômico/Graziella Valenti | De São Paulo






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