O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse ontem (15) que a crise externa não pode ser ignorada, mas descartou mudanças no programa de investimento da estatal, que prevê o aporte de US$ 224,7 bilhões no período entre 2011 e 2015.
“A crise é importante, mas não pode mudar um plano estratégico de longo prazo”, comentou Gabrielli.
O executivo repetiu os argumentos que foram colocados pela Petrobras quando a estatal decidiu acelerar os investimentos no auge da crise financeira deflagrada em setembro de 2008, com a quebra do Lehman Brothers. A companhia parte da premissa de que a relação entre oferta e demanda seguirá apertada nos próximos anos.
Conforme Gabrielli, mesmo em um cenário de estabilidade no consumo – entre 85 e 88 milhões de barris por dia – o mundo precisaria adicionar entre 45 e 65 milhões de barris de “petróleo novo” até 2020 apenas para repor o declínio de produtividade dos poços.
Gabrielli reconheceu que a desvalorização dos papéis da Petrobras é um ponto de preocupação, mas avaliou que as tensões sobre os desdobramentos da crise externa – o que inclui o receio sobre um novo mergulho da economia americana – levaram o desempenho das ações a se descolar dos fundamentos da empresa.
Nesse caso, Gabrielli lembrou que a companhia petroleira registrou recorde de lucro no primeiro semestre, com resultados operacionais classificados por ele como extraordinários.
O executivo informou que a estatal não trabalha, pelo menos neste momento, com o plano de realizar um programa de recompra de ações. “Recompra de ações é feita por empresas que têm dinheiro em caixa, mas não têm projetos. Temos dinheiro em caixa, mas também temos projeto”, afirmou.
Fonte: Valor
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