Se texto não for vetado, Rio poderá perder participação anual de R$ 10 bilhões
 
 Rio - A expectativa do governo federal é que o Projeto de Lei 16/10, que  trata da nova legislação para a produção de petróleo no pré-sal (marco  regulatório), seja sancionado até o fim do ano. A proposta trata da  mudança no modelo dos contratos para o regime de partilha — substituindo  o atual, que é o de concessão.
 
 Além disso, o texto trará de volta a polêmica sobre a distribuição dos  royalties, alterada pelas emendas do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e  do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que retiram do Rio R$ 10 bilhões em  participações, beneficiando os outros estados não produtores. O PLC só  tratava do modelo de partilha, quando Ibsen acrescentou a regra que usa  os fundos de Participação dos estados e municípios como critério,  retirando a compensação dos produtores.
 
 Quando o projeto chegou ao Senado, Simon propôs que a União utilizasse  seus próprios recursos para compensar os produtores — incomodando o  governo. Para evitar o desgaste em pleno ano eleitoral, lideranças do  governo no Congresso negociaram o adiamento da votação para após a  eleição.
 
 A informação de que a atual bancada deverá retomar a votação conforme  acordo é do secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Marco  Antônio Martins Almeida, que esteve ontem no Rio para comentar a nova  fase da produção do campo de Tupi, na Bacia de Santos.
 
 “O governo tem interesse na votação ainda este ano”, disse Almeida, que  não falou sobre a possibilidade de veto pelo presidente Luiz Inácio Lula  da Silva. “A Câmara alterou o projeto original. Agora, vai apreciar a  alteração feita pelo Senado”, explicou ele.
 
 Tupi entra em produção comercial
 
 A Petrobras comemora hoje nova fase no campo de Tupi, no pré-sal da  Bacia de Santos, que inicia a produção comercial de petróleo.  Atualmente, a unidade produz de 14 mil a 15 mil barris por dia e deverá  atingir de 70 mil a 75 mil barris por dia em dezembro de 2011.
 
 Segundo gerente-executivo do pré-sal da Petrobras, José Formigli, a  companhia desenvolveu alternativas para ampliar o escoamento do gás ou a  reinjeção. “Estamos trabalhando para solucionar a questão do gás  natural”, explicou. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) impede queima  de gás natural acima de 500 mil metros cúbicos por dia.
 
 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva virá ao Rio para participar do  evento de entrada em operação do navio-plataforma Cidade de Angra dos  Reis em Tupi. A nova plataforma está conectada ao poço RJS-660, que será  testado até a Declaração de Comercialidade (DC) da jazida, ainda em  dezembro deste ano.
 
 Nova fronteira no Nordeste
 
 SERGIPE
 A Petrobras anunciou ontem que a perfuração do primeiro poço em águas  ultraprofundas da Bacia de Sergipe-Alagoas identificou a presença de  petróleo de qualidade semelhante ao das águas profundas da Bacia de  Campos. A descoberta foi definida como uma nova fronteira exploratória  de reservas no País.
 
 ÁGUAS PROFUNDAS
 O poço conhecido como Barra está localizado no bloco nordeste da  sub-bacia de Sergipe, em profundidade de água de 2.341 metros, a 58 km  da costa do estado de Sergipe.
 
 CEARÁ
 Os investimentos da Petrobras no Nordeste indicam que há possibilidade  de novas reservas também em outros estados, como o Ceará, segundo  informações da companhia. No momento, as descobertas são fruto de  pesquisas e perfurações em blocos que foram adquiridos em 2004.
 
 ROYALTIES
 A presença de acumulações importantes no Nordeste poderão provocar  mudanças no posicionamento de muitos parlamentares em relação ao projeto  de lei que trata da divisão dos royalties. Sob a justificativa de que é  preciso distribuir as riquezas da produção de petróleo por todo o País,  para o desenvolvimento igualitário, aprovaram a emenda Ibsen Pinheiro.  Agora, vão refletir sobre os resultados da decisão nos próprios estados e  municípios.
Fonte: O Dia Online
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