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Em recuperação, OGX inicia produção em Tubarão Martelo

A OGX, petroleira do empresário Eike Batista, iniciou ontem a produção no campo de Tubarão Martelo, conforme apurou o Valor. A data, portanto, se torna um marco na história da companhia, que foi do céu ao inferno na BM&FBovespa.

De estrela da bolsa, avaliada em R$ 75 bilhões, a empresa tornou-se o centro da crise financeira do grupo EBX, após ver frustradas suas expectativas de exploração de óleo. Ontem, encerrou o pregão valendo R$ 615 milhões.

O campo de Tubarão Martelo é hoje o principal ativo da companhia. Nele está calcado todo o possível sucesso no processo de recuperação judicial. A OGX pediu a recuperação no início de outubro passado.

Tubarão Martelo está localizado nos blocos BM-C-30 e BM-C-40, na Bacia de Campos. O volume de óleo do reservatório é de cerca de 600 milhões de barris. A OGX espera recuperar aproximadamente 20% desse volume, ou seja, em torno de 120 milhões de barris. No total, são sete poços produtores, que estão equipados com bombas centrífugas submersas. O processo terá o auxílio de três poços injetores de água, todos interligados a plataforma OSX-3, produzida pela companhia-irmã OSX, também criada por Eike.

Na primeira fase de produção, serão interligados quatro poços produtores diretamente à OSX-3, sendo dois deles ainda este mês, e os outros dois poços estão previstos para abril de 2014.

Os demais poços - três produtores e três injetores - serão interligados na OSX-3 a partir de janeiro de 2016, quando é esperado o pico de produção do campo, na faixa de 30 mil barris de óleo por dia.

O gás produzido, pelo campo, será usado integralmente na geração de energia da plataforma.

Desde o fim da semana passada, a OGX se aproxima de um acordo com os seus principais credores, os detentores dos bônus internacionais, com valor de face de US$ 3,6 bilhões. A empresa declarou dívida de R$ 11,4 bilhões quando entrou com pedido de recuperação judicial, incluindo grandes e pequenos fornecedores neste total. A companhia não detinha pendências trabalhistas.

O projeto dos detentores de bônus e da companhia é ambicioso: querem emergir da recuperação judicial já em março de 2014 - ou seja, apenas cinco meses após o pedido ter sido feito à Justiça. O feito, se alcançado, deve marcar uma das rápidas recuperações desde a criação da nova legislação no país.

Os detentores de bônus negociavam uma ampla diluição da atual base de acionistas da OGX - Eike e minoritários - para conversão de toda a dívida em participação acionária e para injeção de novos recursos, entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. O volume seria suficiente para todo o ano de 2014 da OGX.

Havia ficado pré-estabelecido entre a OGX e os detentores dos bônus que as dívidas com a OSX, a companhia de estaleiros também do atual controlador Eike Batista, ficaria em US$ 1,6 bilhão.

Os créditos detidos pela OSX dizem respeito, principalmente, ao cancelamento dos pedidos das plataformas OSX-4 e OSX-5.

Apesar de as linhas gerais para um acordo entre a OGX e a os credores estarem já definidas (o que incluía até mesmo o preço da ação para a conversão das dívidas), a redação de um acordo preliminar ainda deve demandar esforços. Há muitos detalhes jurídicos a serem definidos, conforme apurou o Valor.

A OGX ainda conta com R$ 95 milhões de créditos, por conta da venda da OGX Maranhão, à Eneva e ao fundo Cambuhy, que poderão ser antecipadamente descontados no mercado.

A velocidade nas negociações com os credores, segundo pessoas envolvidas, se deve a uma combinação de fatores, como a reduzida quantidade de partes envolvidas, a situação emergencial da companhia e o fato de ser um negócio pré-operacional.

No futuro, o plano dos envolvidos é vender os campos - a companhia ainda precisa resolver a situação de BS-4, detido em parceria com a Queiroz Galvão - para continuem sendo explorados por outras empresas do setor.

Fonte: Valor Econômico/Graziella Valenti | De São Paulo






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