Organizações ambientais e associações de moradores da Grande Florianópolis começaram a se organizar contra a instalação do estaleiro OSX em Biguaçu. A Federação das Entidades Ecologistas Catarinenses (Feec) vai emitir um parecer esta semana. O órgão aguarda relatórios das ONGs associadas para se posicionar.
A coordenadora da Feec, Jalila El Achkar, diz que até agora as organizações estavam tranquilas em relação ao estaleiro, já que o parecer do ICMBio regional não é favorável.
– Se há pressão política para derrubar o parecer, aí é preciso um olhar diferente – afirma.
Na semana passada, ONGs e associações de moradores se reuniram para discutir o estaleiro. A presidente do Conselho Comunitário do Pontal do Jurerê, Heloisa Helena Wagner da Silva, destaca que a comunidade se preocupa com o que ocorrerá na praia caso a maré suba após a dragagem ser feita. O ICMBio apontou a possibilidade de que, com as obras, as ondas atinjam com mais força a Baía Norte e provoquem erosão.
Os moradores da Costeira da Armação, em Governador Celso Ramos, se preocupam com a possível liberação de arsênio durante o processo de dragagem. O elemento químico em excesso pode prejudicar a produção de marisco. Na cidade, 70% da população depende da pesca. Rosane Cherem de Abreu, da associação dos moradores do bairro, diz que os vizinhos são “100% contrários ao estaleiro”.
– Não é porque não queremos o desenvolvimento econômico, mas pela localização o estaleiro prejudicaria a maricultura e as três áreas de preservação ambiental – diz.
A ONG Sea Shepherd protocolou pedido para a audiência em São José. A Montanha Viva questiona se a Fatma tem competência para licenciar.
Fonte: Diário Catrarinense/LUCIANA RIBEIRO
PUBLICIDADE