Especialista sobre o Titanzinho

Única área para navio de porte
Mar do Pecém tem grande profundidade, acima de 15 metros. Aterrar seria "caríssimo", segundo Cearáportos. Para IAB-CE, ônus maior não descarta alternativa
Para Cearáportos, análise técnica e de custos apontam apenas o Titanzinho como opção para o estaleiro
O litoral do Ceará não tem vocação natural para porto, o que dificulta a localização para um estaleiro. Esses equipamentos, que exigem acesso marítimo, devem ser situados em área de proteção natural, ou seja, livre da batida das ondas. "Observe que os portos do Mucuripe e do Pecém são em áreas artificiais", explica o presidente da Companhia de Integração Portuária do Ceará (Cearáportos), Erasmo Pitombeira, professor de engenharia hidráulica da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Pitombeira reforça o posicionamento do governador do Estado, Cid Gomes, de que a Praia do Titanzinho, no Serviluz, é o único lugar para receber o estaleiro Promar Ceará. O projeto é encabeçado pela PJMR, empresa que constrói o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, hoje o maior do Hemisfério Sul. O Promar Ceará aguarda o resultado da licitação da Transpetro para construir oito navios gaseiros. Em vantagem neste certame, a empresa negocia preço com a estatal. O resultado deve sair ainda em fevereiro.
"Para que se construa um estaleiro naqueles moldes [do projeto do Promar Ceará], com aquele tamanho, para a condição de construir navios gaseiros, com o calado e a tonelagem exigidas, só temos aquela área disponível", diz Pitombeira, em referência ao Titanzinho.
O gestor cita algumas opções e explica porque não são viáveis. "Camocim não tem condição porque não tem acesso. Acaraú não tem condição porque tem uma embocadura (local onde o rio deságua no mar), o que não dá acesso. Mundaú tem embocadura. Pecém tem grande profundidade, acima de 15 metros. Não dá para aterrar essa profundidade. É caríssimo. Estaríamos estragando o filet em termos de área portuária. Não tem outro ponto de entrada. O problema da Barra do Ceará é a ponte", enumera. Pitombeira é enfático ao dizer que o Titanzinho é a única opção viável para receber o estaleiro do posto de vista da engenharia e de custos. "Esta é uma avaliação técnica", afirma. "É o único lugar disponível em relação aos valores que se imagina gastar para construir o estaleiro". Por outro lado, o presidente do IAB-CE (Instituto de Arquitetos do Ceará), Odilo Almeida, pondera: "Existindo uma alternativa de localização, mesmo com ônus maior, essa alternativa não pode ser descartada. Depois de todas as análises, se ficar claro que tem que ser no Titanzinho, teriam ser feitas intervenções urbanas no entorno para diminuir os impactos sociais".
Pitombeira, da Cearaportos, minimiza os possíveis impactos ambientais, que, para ele, "não seriam problema". Ele ressalta que há o controle dos meios ambientais. Cita o Ibama, que, na sua opinião, "é muito rigoroso". "O Estudo ambiental é para isso. Faz uma matriz com o que é benefício e o que não é". Na análise do engenheiro, o que não for benefício poderá ser revertido com compensações".
Com outro ponto de vista, o surfista e treinador da modalida, João Carlos Sobrinho, o Fera, fala em prejuízos ambientais e impacto no turismo, com a instalação de um estaleiro no Serviluz. Ele chama atenção para o desequilíbrio da cadeia alimentar, aumento no fluxo de sedimentos na corrente marítima e poluição.(Fonte: Diário do Nordeste /CAROL DE CASTRO)



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