Os estados do Nordeste investiram nos últimos anos na atração de empresas de ponta e fornecedoras para essas cadeias produtivas. Além disso, o desenvolvimento passa pelos portos que estão instalados na região
Pesquisadores afirmam que é necessário incentivar não apenas as exportações , mas o comércio dentro da própria região (Foto: IGOR DE MELO) Pesquisadores afirmam que é necessário incentivar não apenas as exportações , mas o comércio dentro da própria região (Foto: IGOR DE MELO)
No placar da atração de investimentos, o Ceará perde de goleada para os outros estados da Região. Enquanto a Bahia já tem tradição na indústria petroquímica e Pernambuco desenvolveu o Porto de Suape para ser o polo de atração industrial de grandes empresas, o Ceará ainda está com os investimentos difusos em indústrias de transformação.
Segundo o coordenador da unidade de pesquisas do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi) da Fiec, Pedro Jorge Ramos Viana, a diferença existe pelo tipo de indústria que cada estado atrai. Enquanto na Bahia o parque industrial é muito mais desenvolvido com indústrias de base no polo petroquímico e com montadoras, o Ceará possui indústrias de transformação.
Viana explicou que enquanto o valor de investimento inicial em uma fábrica de confecção é bem menor, em média R$ 500 milhões, uma petroquímica equivale a alguns bilhões. O coordenador destacou que essa diferença não significa que o Estado não está se desenvolvendo, mas que os dois outros estão em um ritmo acelerado.
Segundo ele, quando o Ceará contar com a refinaria, a siderúrgica e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), irá se aproximar da atratividade de Pernambuco e poderá até superá-lo em virtude da localização.
Desenvolvimento
A demanda por empresas de ponta e fornecedoras para essas cadeias produtivas é relativamente nova na região Nordeste, segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Francisco Zuza de Oliveira. Ele explicou que há alguns anos não havia um desenvolvimento tão intenso na região Nordeste com atração de empresas de tecnologia, como as petroquímicas, refinarias e siderúrgicas.
Apenas a Bahia se destacava. “Bahia é o Nordeste meio Sul, mas os outros estados não possuíam refinarias, siderúrgicas”, disse. Zuza explicou que atrair grandes empreendimcntos como refinarias, siderúrgicas e estaleiros potencializa a atração de empresas de setores complementares no entorno.
A Bahia já é tradicional no ramo de produção química e petroquímica, mas o polo industrial tem buscado se diversificar nos últimos anos, de acordo com o coordenador do curso de economia Universidade de Salvador (Unifacs), Gustavo Casseb Pessoti.
Ele explicou que, além das áreas, as indústrias náutica, de fertilizantes, automobilísticas, calçadistas e de informática também têm crescido. “O polo industrial se tornou mais robusto e tem buscado uma diversificação. A maior parte ainda é do ramo químico e petroquímico, mas a indústria náutica e outros setores começaram a ter destaque”.
A indústria naval não é um investimento novo em Pernambuco, segundo o titular da Secretário Executivo de Gestão do Desenvolvimento, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Roberto Abreu. Ele explicou que essa é uma vocação natural do Estado por conta do Porto de Suape, que tem 34 anos de existência, e conta com águas profundas.
“O estado vem investindo em um plano naval e agora começa a colher os frutos”, disse lembrando que o estado já possui um estaleiro operando e mais dois que começarão a ser construídos, entre eles o Promar. (Teresa Fernandes)
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
Para atrair mais empresas de ponta, o Ceará vai precisar que indústrias de base como refinarias e siderúrgicas. No entanto, os empreendimentos ainda não estão prontos e são prometidos apenas para o final da década
Fonte: O POVO Online/OPOVO/Economia
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