O setor metalmecânico vem amargando ainda mais demissões. Na última quinta-feira (22), o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) demitiu outros 200 trabalhadores, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE). Somente neste mês, o número de demissões já chegou a 350. Isso porque, há duas semanas, o EAS já havia demitido cerca de 150 funcionários. Ainda de acordo com a entidade que representa a categoria, hoje, a empresa, que chegou a ter 11 mil funcionários no início das operações, tem entre 2.850 e 2.900 trabalhadores, número que, até o fim deste ano, ainda deverá ser reduzido.
“A meta do presidente da EAS é chegar a 2,5 mil trabalhadores até o dia 15 de dezembro deste ano”, comentou o presidente do Sindmetal-PE, Henrique Gomes. Ele observou, ainda, que o presidente da empresa pretende baixar o custo para, assim, conceder aumento de cerca de 100% para as chefias. “O próprio presidente do EAS, o senhor Harro Ricardo Schlorke Burmann, ganha uma faixa de R$ 150 mil somente para demitir os trabalhadores e fazer trabalho escravo e precário”, afirmou Gomes.
PUBLICIDADE
Ainda de acordo com o presidente do Sindmetal-PE, essa drástica redução do quadro de funcionários resultou no acúmulo de função e em trabalhos precários. “Os trabalhadores estão recebendo ameaças e sofrendo constrangimento”, disparou. A entidade também informou que muitos dos demitidos estavam doentes ou lesionados. “São demissões irregulares”, disse Gomes. Desde o fim do ano passado, o sindicato já contabiliza cerca de três mil demissões devido aos problemas enfrentados pela empresa depois da perda do contrato de produção de sondas de exploração de petróleo com a Sete Brasil. O acordo foi suspenso por inadimplência da contratante, pertencente ao grupo Petrobras e citada no âmbito das investigações da Operação Lava Jato. O Sindmetal-PE comentou que está programando um grande ato de protesto contra as demissões no estaleiro nos próximos dias.
Fonte: Da Folha de Pernambuco