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Estaleiro OSX pede recuperação judicial com dívida de R$ 4 bi

A OSX, estaleiro do empresário Eike Batista, pede recuperação judicial hoje. É a última das seis companhias abertas do grupo EBX a encaminhar uma solução para suas pendências financeiras, desde o colapso do conglomerado, em especial pela frustração das expectativas com as reservas da petroleira OGX.

Conforme o Valor antecipou no fim de outubro, entram nesse processo apenas as empresas brasileiras - basicamente a unidade de construção naval (UCN) e sua holding controladora.

As dívidas dessas unidades, somando bancos e fornecedores, totalizam R$ 4,1 bilhões. Entretanto, na recuperação judicial os principais créditos a serem tratados serão os dos fornecedores.

Os principais compromissos bancários são com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - R$ 550 milhões - e com a Caixa - R$ 1,1 bilhão, no total. A dívida com o banco de fomento tem cobertura por aval concedido pelo banco Votorantim - o desembolso realizado foi de R$ 400 milhões.

A expectativa é que o BNDES execute a garantia que possui e que a negociação da OSX se dê com o Votorantim. Já a Caixa adotou estratégias específicas para lidar com a situação (leia detalhes na página C3).

O estaleiro de Eike comunicou na sexta-feira a decisão de pedir a recuperação judicial junto com a troca no comando. Saiu Marcelo Gomes, da Alvarez & Marsal, e entrou a Angra Partners, de Ricardo Knoepfelmacher. Oficialmente, o novo presidente será Ivo Dworschak Filho

A OSX é a única companhia que faltava para a Angra gerir de perto dentro do grupo. A assessoria especializada em reestruturação financeira estava desde o começo de agosto na EBX, comando a reorganização de todo conglomerado.

As controladas internacionais da OSX não integrarão a recuperação judicial. Com isso, não entram no processo as dívidas internacionais, pois estão garantidas com as plataformas - OSX1, 2 e 3 (instalada em Tubarão Martelo) e ainda WHP2.

Todos juntos, os equipamentos valem cerca de US$ 3,5 bilhões a preços de mercado. A expectativa da empresa é levantar US$ 2,5 bilhões com a venda das plataformas, já considerando os descontos potenciais.

Há negociações em andamento para a venda de OSX 1 e 2. Mas as conversas devem durar entre seis meses e um ano. O tipo de plataformas produzidas pela OSX - para atender às demandas da OGX - são de uso menos comum, para águas profundas. Há menos de 200 instaladas pelo mundo. Mas, das plataformas, a maior dificuldade é esperada com a WHP2, avaliada em US$ 500 milhões - a estimava com as vendas não considera esse equipamento.

O valor estimado com a alienação das plataformas é superior às dívidas internacionais de US$ 1,5 bilhão. Os recursos que sobrarem devem ser devolvidos à holding brasileira e serão usados para saldar os débitos existentes.

Com a chegada da Angra à OSX e o pedido de recuperação judicial, será feito um novo plano de negócios para a companhia. Na sexta-feira, a empresa demitiu cerca de 200 funcionários.

A empresa de estaleiros praticamente perdeu seu objetivo com a frustração das projeções para a OGX, sua principal cliente.

A ideia é fatiar a UCN em parcerias específicas. A companhia já renegociou com a LLX, dona do Porto de Açu, onde está o estaleiro, a redução na área alugada em 50%. Assim, os pagamento mensais feitos cairão pela metade e ficará livre de compromissos de investimento nas obras do canal de acesso e quebra-mar do terminal TX2.

Para o fim do processo, em especial por conta da OSX3, está em estudo uma fusão de OGX e OSX. Entretanto, acredita-se que tal medida só será possível após o fim da recuperação judicial. A petroleira paga mais de US$ 350 mil ao dia à OSX pelo uso da plataforma. A grande questão é que o equipamento, instalado no campo de Tubarão Martelo, foi projetado para uma vazão bem maior do que a efetivamente existente no campo.

Fonte: Valor Econômico/Por Graziella Valenti | De São PauloColaboraram Natalia Viri e Fernando Torres, de São Paulo; Claudia Schüffner e Rafael Rosa, do Rio)


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