Maquete eletrônica do estaleiro no Titanzinho. Além da construção de gaseiros, investidores e o governo já estariam vislumbrando leilão para plataformas de petróleo
Governo já admite que o Projeto Orla seja complementar ao do estaleiro no Titanzinho para viabilizar ambos
O governo do Estado conseguiu vencer as resistências do trade turístico em relação a construção do estaleiro Promar Ceará na Praia do Titanzinho, no bairro Serviluz, em Fortaleza. Depois de ouvirem, ontem, as argumentações técnicas e econômicas apresentadas pelo presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Antônio Bahlmann, os empresários do setor concordaram: O Ceará não pode perder esse empreendimento.
O presidente da ABIH-CE (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) Régis Medeiros, que apontava como principal restrição à localização do estaleiro o fato de a área ser considerada nobre para o turismo da Capital por servir de "elo entre a Praia do Futuro e a Beira Mar", acabou se rendendo ao projeto. "Que a área é nobre é, mas o projeto é nobre também. É um projeto impactante, gerador de negócios para o Ceará. É uma indústria que vai gerar muitos empregos e renda. Não se pode negar a importância de um equipamento desses", admitiu Medeiros, que ponderou: "Preferia que fosse noutro canto, mas se não existe alternativa econômica e tecnicamente viável. Eu sou a favor do projeto".
Murilo Pascoal, diretor geral do Beach Park, afirmou não ter mais dúvidas sobre a importância do estaleiro para o Estado. "Deu para entender o que é o projeto e por que o governador está lutando tanto por ele. É um negócio muito bom que vai movimentar muito a economia. Quanto a localização, fica ao lado do porto, que não é uma área turística. Não vai atrapalhar a Beira-Mar". Eliseu Barros, do Marina Park, afirmou ter sido convencido por dois pontos principais: capacitação para os jovens que habitam a área e quantidade de empregos que vai gerar para a cidade. "É um projeto positivo para a economia do Estado e também para o quadro social. Acredito que não trará prejuízo ao turismo", diz.
Os argumentos utilizados por Bahlmann, segundo o trade, foram fortes e consistentes. Ele rebateu os principais pontos que geraram a polêmica em torno da localização do projeto. "Ele não derruba uma única casa, traz 1.200 empregos diretos e cinco mil indiretos na primeira fase, com ampliação na segunda fase", defende. Segundo ele, o projeto também não implica em nenhuma ameaça essencial ao turismo, já que a área estava prevista para ampliação do porto do Mucuripe. "Um ponto importante é que a obra é no mar e não na parte continental", reforçou. Em relação a projetos de urbanização da orla, o presidente da Adece assegurou que são complementares ao estaleiro. "O Projeto Orla pode ser complementar. Todos os estaleiros construídos dentro do programa do governo federal de estímulo à indústria naval brasileira têm uma escola técnica paralela para a formação de mão-de-obra. Esclareceu que o estaleiro não terá elementos poluidores. "Não tem efluente de navio para o mar. Não ameaça a vida marinha. É só tecnologia eletrônica e montagem industrial".
"Tem licença"
Balhmann afirmou que a área já tem licença de instalação. "É uma licença de 1995 para ampliação do porto. Já se podia começar a obra. Já foram feitas todas as análises de impacto ambiental", assegurou.
Leilão de plataformas
No intuito de ganhar o apoio do trade, o presidente da Adece revelou que "num leilão próximo vão ser licitadas 16 plataformas de petróleo na área destinada a ampliação do estaleiro. Para se ter ideia, cada uma dessas plataformas deverá gerar mais 1.500 a 2.000 empregos e cada uma custará aproximadamente US$ 1 bilhão", antecipou, preferindo não tecer mais detalhes.
Início este ano
Segundo Balhmann, o cronograma para instalação do estaleiro está em dia. Este ano ele inicia as operações do projeto e dos oito navios caseiros já licitados. "A construção ocorrerá simultaneamente e deverá ser concluída no prazo de três anos".
Avaliações
"Que a área é nobre é, mas o projeto também é. Não se pode negar sua importância"
Régis Medeiros, Presidente da ABIH-CE
"É um projeto positivo para a economia e também para o quadro social"
Eliseu Barros, Diretor-presidente do Marina Park Hotel
"É um negócio muito bom que vai movimentar a economia do Estado"
Murilo Pascoal, Diretor geral do Beach Park
(Fonte: (Fonte: Diário do Nordeste/CE)/ÂNGELA CAVALCANTE)
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