O grupo Engevix vem mostrando um rápido crescimento na área de petróleo e gás. As negociações envolvendo a compra do Estaleiro Rio Grande representam mais um passo na estratégia da empresa de expandir os negócios no setor. No início deste ano, a Engevix fechou a compra da Aibel Óleo e Gás, empresa concorrente com atuação no reparo e manutenção de plataformas para a Petrobras.
O Valor apurou que a holding Jackson Empreendimentos, que controla a Engevix, assinou acordo de compra e venda de ações com a Aibel. Pelo acordo, a holding assumiu as instalações da Aibel em Macaé (RJ), principal polo de apoio à exploração de petróleo na Bacia de Campos. No local, a Aibel, já sob controle da Engevix, possui um terreno de 41 mil metros quadrados, galpões e áreas industriais.
O acordo de compra e venda de ações também incluiu passivos trabalhistas. Na aquisição, a Engevix pagou à Aibel R$ 18,7 milhões. Mas exigiu que a Aibel fizesse um depósito de R$ 22 milhões para quitar dívidas trabalhistas, fiscais e com fornecedores. Também foi criada uma conta garantia para cobrir eventuais passivos fiscais e trabalhistas nos dois próximos anos. Após a aquisição, surgiu uma multa de ISS em Macaé no valor de R$ 11 milhões que está sendo discutida.
Procurada, a Engevix disse, via assessoria, que não iria comentar a aquisição da Aibel. Também não se pronunciou sobre o acordo acertado com a Petrobras para a construção de oito cascos de navios-plataforma, por meio de uma carta de intenção firmada entre as duas empresas no fim da semana passada. A carta autoriza a Engevix a "iniciar providências, incluindo algumas contratações", para a construção dos cascos das plataformas.
A compra do Estaleiro Rio Grande faz sentido, segundo fontes do setor, uma vez que a Engevix poderá assegurar, no curto prazo, uma encomenda de cascos em série para a Petrobras. O contrato final para a construção dos oito cascos ainda não foi assinado. Por outra parte, a Engevix reforça, com a compra da Aibel, sua atuação no reparo e manutenção de plataformas.
Em 2009, a Aibel, que tem origem norueguesa, perdeu licitação da Petrobras para contratação de serviços de engenharia para 39 plataformas de óleo e gás. O resultado surpreendeu pois a empresa havia feito algumas das melhores ofertas na licitação. De forma simultânea, a empresa foi suspensa do cadastro de fornecedores da Petrobras, tornando-se alvo de compra pela Engevix.
Fonte: Valor Econômico/ Francisco Góes, do Rio
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