A segunda maior companhia naval de transporte de contêineres da Ásia sinalizou ontem sua determinação em reverter uma prolongada queda na participação de mercado, anunciando planos para a primeira encomenda significativa de navios de transporte desde que a crise no setor arruinou as finanças da maior parte das companhias.
A Evergreen Marine de Taiwan disse que pretende fazer 12 encomendas de novos navios para entrega em 2012, mas em entrevistas à imprensa japonesa, Chang Yung-Fa, presidente do conselho de administração da companhia, disse que pretende comprar até 100 navios, num custo total de mais de US$ 5 bilhões. As encomendas deverão incluir 32 navios com capacidade para transportar até 8 mil contêineres de 20 pés, que provavelmente será uma das maiores encomendas já feitas.
Os pedidos na escala contemplada permitirão à Evergreen, que até 2002 tinha a segunda maior frota de navios de transporte de contêineres do mundo, recuperar a participação de mercado perdida por causa da relutância de Chang em encomendar novos navios durante o boom do setor entre 2002 e 2008. Números da AXS-Alphaliner de Paris classificam a atual frota da Evergreen, de 149 navios, como a quinta maior do mundo, a segunda maior da Ásia, atrás apenas da Neptune Orient Lines de Cingapura.
Alguns analistas há muito acreditam que a Evergreen poderá sair mais forte que alguns concorrentes da crise no setor, porque entrou na recessão que tomou conta do setor - que levou no ano passado a uma queda de cerca de 10% no volume de contêineres em operação no mundo - sem nenhum navio encomendado. Outras linhas, como a CMA CGM da França, ainda lutam para financiar pedidos enormes feitos a preços elevados durante os anos de boom do setor.
Chang vem mantendo uma preferência firme desde que a Evergreen foi formada, em 1968, por encomendar exclusivamente navios novos, construídos sob as especificações fornecidas pela companhia. Ele também vem se mostrando cético em relação à tendência do setor de operar com navios muito maiores, acreditando que a necessidade de encher esses navios acabaria prejudicando os lucros.
Por não ter feito muitas encomendas nos últimos anos, a Evergreen está com uma das frotas mais antigas entre as grandes companhias de transporte de contêineres do mundo, e precisa substituir muitos de seus navios.
No setor, tem havido especulações de que a Evergreen está tentando começar a fazer encomendas, mas poucos estaleiros estão dispostos a oferecer preços baixos o suficiente para convencer Chang a efetivar esses pedidos. A Evergreen chegou perto de fazer grandes encomendas de novos navios em 2008, que seriam fretados de uma companhia alemã de navios de contêineres, mas desistiu na última hora.
Fonte: Valor Econômico/ Robert Wright e Robin Kwong, Financial Times, de Londres e Taipé
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