Uma tabela divulgada pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) aponta redução significativa entre o conteúdo local inicialmente exigido para o projeto piloto de FPSO para área de Libra e os percentuais previstos em minutas mais atuais da concorrência, referentes à terceira apresentação de propostas dos participantes. Segundo informações obtidas pelo sindicato, a exigência de nacionalização para o casco, que variava entre 75% e 90% nas duas primeiras apresentações, caiu para zero ao longo do processo.
Os percentuais para planta de processo, onde ficam os módulos, também sofreram redução expressiva, segundo a tabela. As participações da engenharia e do comissionamento com conteúdo nacional nessa planta, que inicialmente eram de 90%, caíram para menos de 30%. Já o item "instalação", que envolve engenharia, construção, materiais e comissionamento, teve quedas de até 70%.
O diretor de engenharia da Queiroz Galvão Naval, Guilherme Ferreira Pinto, avalia que as mudanças ignoram o esforço de investimento feito pela indústria brasileira nos últimos anos. “Temos engenharia totalmente pronta, capaz de fazer da conceituação ao detalhamento”, comentou durante entrevista coletiva com representantes do Sinaval que ocorreu na última quarta-feira (23), no Rio de Janeiro. Ele interpreta que o casco poderá ser comprado em qualquer lugar fora do Brasil sem nenhum tipo de multa.
Na ocasião, o acionista e membro do conselho do estaleiro Vard Promar (PE), Miro Arantes, explicou que alguns percentuais que constam nessa tabela são difíceis de serem atingidos. “Tecnicamente esse número de 27,2% (para engenharia de planta de processo) é inviável porque os sistemas são todos interligados. Não tem como fazer isso. Os 27,2% significam zero”, avalia.
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Por Danilo Oliveira
(Da Redação)
