RIO (Reuters) - A falta de licitações de novas áreas de exploração no  Brasil e as perspectivas limitadas para compras de blocos estão levando a  OGX a buscar alternativas. A empresa parte para o exterior e optou pela  estreia na Colômbia, cuja licitação de blocos está prevista para junho.
 Segundo o diretor geral e de Exploração e Produção da OGX, Paulo  Mendonça, a ida ao exterior não vai comprometer planos da empresa no  Brasil.
 "Oportunidade tem pouca no Brasil, por isso se pensa em sair para o  exterior, mas com cuidado. A Colômbia seria um bom lugar porque já  trabalhei lá e muita gente que está aqui também", explicou à Reuters o  executivo da OGX que já foi presidente da Petrobras Colômbia,  subsidiária da Petrobras, e morou por sete anos no país vizinho.
 Além disso, outra empresa do grupo, a MPX, braço de energia do grupo  EBX, já está atuando naquele pais.
 O Brasil realizou a última rodada de áreas de petróleo em 2008, e apenas  em regiões pouco relevantes. Em 2009 não houve rodada pela primeira vez  desde 1999, porque o governo pretende primeiro aprovar a nova  legislação do setor. Para 2010, é pouco provável também que ocorram  licitações.
 A OGX conseguiu aumentar em um terço o seu portfólio com aquisições de  blocos no mercado brasileiro fora das licitações do governo, mas,  segundo Mendonça, o valor dos ativos têm subido à medida que a OGX  demonstra interessa.
 "Conseguimos o BM-S-29 da Maersk, os blocos do Parnaíba, tentamos um da  Starfish em Campos (bacia) e não conseguimos", informou, revelando que  também tentou comprar os ativos da Devon, adquiridos recentemente pela  BP, mas com foco no campo de Polvo.
 Mendonça não quis entrar no mérito da falta de rodadas no Brasil e a  demora da aprovação de um novo marco regulatório, "se vai mudar eu não  vou discutir, mas se mudar vamos avaliar se nos interessa", resumiu.
 Ele pretende avaliar as áreas que poderão ser colocadas em leilão pela  Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis na próximas  licitações, mas ainda não há uma decisão sobre a participação da  empresa. "Vamos avaliar, mas onde tem áreas boas a gente tem interesse  sim em pegar", explicou.
 A avaliação será tanto para a 11a rodada da ANP, na qual serão colocados  blocos acima do Recôncavo Baiano em terra, águas rasas e profundas,  como na possível futura licitação de blcos do pré-sal, após o novo marco  regulatório ser aprovado.
 DINHEIRO EM CAIXA
 Recursos não faltarão para a companhia, segundo Mendonça, lembrando  ainda ter em caixa 4 bilhões de dólares, quase o mesmo valor da  capitalização, apesar de já ter investido 1,4 bilhão de dólares desde  2008, quando a companhia lançou ações em bolsa.
 Segundo ele, desse total, 1 bilhão de dólares será utilizado para  expandir o portfólio da empresa e 3 bilhões para exploração e produção  dos blocos que já estão no portfólio.
 Mendonça informou ainda que já contratou a sexta sonda da companhia, da  empresa Queiroz Galvão, para iniciar a perfuração na bacia do Parnaíba,  em maio, na qual prevê "perspectivas positivas para óleo leve e gás  natural". Ele já está também negociando a sétima sonda da companhia,  para explorar a bacia Pará-Maranhão.
 A empresa prevê para 2011 a primeira produção de petróleo no Brasil, com  volume inicial de 20 mil barris diários que virão dos prospectos de  Vesuvio e Waimea, ambos na bacia de Campos, que serão colocados no  mercado. A previsão é de que em 2019 a OGX esteja produzindo 1,38 milhão  de barris. No total serão furados 79 poços (até 2013).
 A maior parte dos equipamentos para produzir esse volume - como as 19  plataformas tipo FPSO e 5 plataformas tipo TLWP- serão feitos nos  estaleiros da OSX, outra empresa do grupo, em Santa Catarina, ainda em  fase de construção. Cada FPSO deverá custar entre 750 milhões e 1 bilhão  de dólares.
 "Temos acordo firmado com a OSX que os preços serão de mercado",  garantiu.
 A primeira plataforma da empresa, já contratada pela OSX, está sendo  finalizada na Coreia e deve chegar ao Brasil entre janeiro e fevereiro  de 2011.
Fonte: Reuters/Brasil Online
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