Com capacidade para transportar um milhão de barris de petróleo, o navio, do tipo Suezmax, é o primeiro do Promef
Enquanto o Ceará ainda "rema" em busca de uma praia para instalar o Estaleiro Promar Ceará, - cujo prazo para celebração do contrato com a Transpetro, para construção de oito navios gaseiros, expira em 55 dias -, o Estado de Pernambuco "alça âncora" e zarpa na frente, rumo ao desenvolvimento da própria indústria naval.
Na próxima sexta-feira, dia 7, a Transpetro lança ao mar e faz o batismo, em Suape, no município de Ipojuca, em Pernambuco, do primeiro navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef). Do tipo Suezmax, com 274 metros de comprimento e capacidade para transportar até um milhão de barris de petróleo, o navio será batizado com o nome de João Cândido, - em uma homenagem ao marinheiro negro, filho de ex-escravos, que há 100 anos liderou a Revolta da Chibata.
Em construção há 19 meses , no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), também em fase de conclusão, o navio é o primeiro a ser entregue ao Sistema Petrobras, em 13 anos, e o primeiro dos 49 petroleiros encomendados pelo Promef, a ser lançado ao mar. O navio custou cerca de US$ 120 milhões, ou aproximadamente R$ 210 milhões.
Batismo
O batismo do Suezmax será prestigiado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelos presidentes da Petrobras, e da Transpetro, José Sergio Gabrielli e Sérgio Machado, respectivamente e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. "Um país que não tem marinha mercante não é soberano. Por uma decisão do presidente Lula, estamos retomando a indústria naval em escala global e competitiva.
O impossível só existe hoje, amanhã se torna real", defendeu Sérgio Machado, em entrevista ao Jornal de Pernambuco, esta semana.
Segundo ele, a subsidiária da Petrobras, que só comprava embarcações na Ásia e gastava, por ano, US$ 1,2 bilhão no afretamento de navios a armadores estrangeiros, recomeça agora, a refazer sua própria frota.
Marco
"Será um marco histórico. Como numa gestação, nosso primogênito estará nascendo", prevê o presidente do Estaleiro Atlântico Sul, Angelo Bellelis.
O lançamento ao mar, embora represente uma etapa importante do processo de construção, não significa que o navio esteja totalmente pronto.
Amanhã, um dia antes do batismo, o dique seco, local onde a embarcação é construída, será inundado para que o navio flutue e seja levado ao cais, para instalação das máquinas, dos sistemas elétricas, da chaminé e acabamentos.
Antes de ser entregue à Transpetro, em agosto próximo, ele passará por vários testes.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/CARLOS EUGÊNIO
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