Só o programa de investimento da Petrobraspara os próximos quatro anos prevê um volume de US$ 224 bilhões. Para atender a demanda por equipamentos e serviços seria necessário o aporte de quase o dobro de recursos pela cadeia de fornecedores, o que representaria um volume adicional de US$ 400 bilhões a US$ 600 bilhões. Já foram mapeados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) R$ 340 bilhões em investimento no setor entre 2010-2013. "O Brasil vive neste momento uma mudança de paradigma nesse setor, em que passará a ser exportador de petróleo, com a perspectiva de dobrar a produção nos próximos 10 anos", afirma John Michael Streithorst, chefe da área de private equity do Banco Modal.
O Fundo de Investimento em Participações (FIP) Óleo e Gás gerido pelo banco, de R$ 500 milhões, já aplicou R$ 90 milhões na Enesa Engenharia, que atua na área de soluções de engenharia construtiva, e deve realizar um novo investimento no primeiro semestre de 2011. Lançado em maio deste ano, o fundo tem como cotistas o braço de participações do BNDESPar e os fundos de pensão da Caixa(Funcef), da Petrobras (Petros), da Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul(CEEE) e outras fundações. O objetivo é comprar participações minoritárias em empresas com faturamento a partir de R$ 60 a R$ 70 milhões.
O universo para investimentos nesse setor é enorme. De acordo com um estudo coordenado pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), só a Petrobras tem 5.535 fornecedores. Cerca de 65% são de pequeno e médio porte e apresentam faturamento inferior a R$ 25 milhões. "A cadeia de fornecedores do setor de óleo e gás ainda é muito fragmentada e a entrada desses fundos deve acelerar o processo de consolidação", afirma Streithorst.
Diante do potencial do crescimento desse setor, a NSG Capital também decidiu entrar nesse mercado. A gestora já tem um fundo de infraestrutura, que já investiu R$ 100 milhões. "Ainda não definimos o modelo de atuação, se iremos ampliar o fundo de infraestrutura ou lançar um veículo específico para o setor de petróleo", afirma Luiz Eduardo Franco de Abreu, diretor-presidente da empresa. Ao todo a NSG conta com seis FIPs, que somam R$ 150 a R$ 160 milhões sob gestão.
Outra gestora que pretende ampliar o escopo de seu fundo de infraestrutura é a Totem Investimentos. O veículo está em processo de captação e tem como meta chegar a R$ 1 bilhão. Especificamente no setor de óleo e gás há interesse de investimento tanto na parte de produção como de distribuição.
Outras gestoras como a Iposeira, de Eleazar de Carvalho Filho (ex-BNDES) e Fiduciatambém estudam entrar nesse setor.
Fonte: Valor Econômico/Silvia Rosa | De São Paulo
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