Será relançada na segunda-feira (12), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval do Estado do Rio de Janeiro. O deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), idealizador da Frante, será reconduzido à presidência.
A iniciativa acontece em razão do desmonte das indústrias naval e do petróleo, que já custou o emprego de milhares de trabalhadores. "Queremos mobilizar a sociedade fluminense em defesa da recuperação da indústria naval, da retomada dos investimentos no COmperj, da manutenção da política de conteúdo local e da resistência à política atual da Petrobras", explica o parlamentar, que também preside a Comissão de Ciência e Tecnologia da Casa Legislativa Fluminense.
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Um dos objetivos da Frente é aperfeiçoar a legislação referente à indústria naval e offshore, influenciando no processo legislativo a partir das comissões temáticas no Congresso Nacional. “Mobilizaremos, para isso, a bancada federal do Rio de Janeiro e convocaremos entidades de classe e instituições interessadas no desenvolvimento econômico do estado. Também promoveremos debates, simpósios, seminários e outros eventos pertinentes ao setor, além de apoiar reivindicações no que tange à criação da infraestrutura necessária para fomento da indústria naval do Estado do Rio de Janeiro”, diz Waldeck.
A presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis, Cristiane Marcolino, alerta para o aumento do número de demissões no setor naval. "Os trabalhadores deste segmento estão sem perspectivas", salienta. Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico dos Municípios de Niterói e Itaboraí, Edson Rocha, chama a atenção para os impactos do desemprego na região. "O que aconteceu com o Comperj foi um baque para o setor, pois nestes três municípios reside a maior parte dos empregados da indústria naval da região metropolitana do Rio", ressalta.
O setor naval chegou a empregar 84 mil trabalhadores diretos e mais de 780 mil indiretos no Brasil. Nos últimos quatro anos, pelo menos 60 mil empregos, boa parte de mão de obra qualificada, foram eliminados.
De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval e Offshore (Sinaval), os estaleiros brasileiros empregam atualmente cerca de 25 mil trabalhadores no país. A expectativa da entidade é que esse número seja reduzido ainda mais. O estado do Rio foi o que mais perdeu postos de trabalho: aproximadamente 25 mil.