Novos negócios, anúncio de incentivos governamentais e a confirmação de perspectivas positivas para os próximos anos da indústria naval. Assim foi o primeiro dia da Navalshore 2011 - Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore, que segue até esta sexta-feira, no Centro de Exposições SulAmérica, no Rio de Janeiro-RJ. Em sua oitava edição, o evento promovido pela UBM Brazil reúne 350 empresas de 15 países e espera receber mais de 14 mil visitantes.
Na cerimônia de abertura, que reuniu por volta de 200 pessoas, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, anunciou um pacote de benefícios que visa tornar o Estado um pólo da indústria de navipeças no país. A estratégia envolve a criação, por parte da agência de fomento Investe Rio, de linhas de financiamento para o terceiro e quarto elo da cadeia produtiva na ordem de R$ 3 bilhões, além de redução de tarifas.
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, também aproveitou a Navalshore 2011 para trazer boas notícias ao segmento. Ele revelou que até o final do ano deve ser lançada a terceira edição do Promef, que englobará a licitação de aproximadamente 20 navios de médio e grande porte nos modelos VLCC, Suezmax e de produtos. "Queremos ter uma logística do tamanho da nossa demanda. Hoje o País tem a quinta maior carteira de navios do mundo. Queremos ser a quarta", afirmou.
Machado prevê que até 2020 a indústria naval brasileira esteja produzindo cerca de 60 navios por ano, reflexo das expectativas do crescimento da produção de petróleo e derivados, que será de aproximadamente seis milhões de barris por dia.
Negócios
O primeiro dia da Navalshore 2011 consolidou também as relações comerciais entre a indústria naval brasileira e internacional. "O Brasil apresenta hoje oportunidades de negócios como nunca antes e tem atraído muitos investimentos externos na área de construção naval. Eu espero que esse crescimento continue", ressaltou Michael Duck, vice-presidente executivo da UBM para a Ásia, durante a abertura do evento.
O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) e Federação da Indústria Naval Argentina (Fina) renovaram, durante a feira, um acordo de parceria que busca a integração produtiva do Mercosul e a superação de obstáculos para o crescimento das relações comerciais na região tais como a implantação de uma tarifa comum. "Este intercâmbio com a indústria brasileira é fundamental para nós, porque conhecemos o potencial e as perspectivas do que vai acontecer aqui", afirmou Sebastián Aguilar, chefe de Relações Públicas da ARS (Astillero Rio Santiago).
As empresas européias do segmento também estão com os interesses voltados para o Brasil. Durante a Navalshore 2011, a Injetec, especializada em motores de grande porte como o de navios, assinou o contrato para assumir as representações internacionais exclusivas da WS Controles (Alemanha), Nicol & Andrew (Reino Unido) e Mar in Control (Holanda). "O Brasil tem muitas atividades e oportunidades no setor marítimo, mas para ter sucesso é preciso estar aqui efetivamente. É o que estamos fazendo agora aqui na Navalshore, firmando este acordo com a Injetec", destaca o CEO da Mar in Control, Ole Henaes.
Agnaldo Leitão, diretor da Injetec, justifica o porquê de escolher a Navalshore como local para a assinatura de novos contratos: "Participei de sete das oito edições do evento, que para mim é como se fosse uma reunião de Natal. Ao invés de fazer uma festa com os amigos no final do ano eu os encontro aqui todos reunidos. Mais do que negócios é uma forma de mostrar que o segmento está forte e com marcas consolidadas".
O primeiro dia da Navalshore 2011 também contou com as palestras e debates da Conferência Internacional que acontece simultaneamente ao evento. Com o tema "Soluções integradas Caixa para a Indústria Naval e setor de Petróleo e Gás", a superintendente regional do setor de Petróleo e Gás da Caixa Econômica Federal (CEF), Eugênia Regina de Melo, destacou os resultados positivos da atuação da instituição como agente operador do Fundo da Marinha Mercante, fato anunciado durante a edição da feira de 2010. "Temos dez projetos em andamento que somam R$ 5 bilhões em investimentos. O primeiro será assinado ainda em agosto no valor de R$ 390 milhões", disse.
Eugênia ressaltou que a estratégia é de consolidar a CEF como o banco da indústria naval no país: "Para que isso se concretize é preciso levar soluções para o segmento. Eventos como a Navalshore nos permitem ficar próximos das empresas para apresentar produtos que ajudem a estimular o setor no Brasil". As outras palestras e debates abordaram temas como o panorama do pré-sal, a indústria naval nacional, o uso do gás natural liquefeito e o projeto brasileiro do "Vale Brasil".
Fonte:> Monitor Mercantil
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