Os governos da Argentina e do Brasil definiram oito setores, divididos em duas categorias, para dar início ao processo de integração produtiva, segundo o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Arcuri. A primeira envolve os setores estratégicos, que têm perspectivas de mais longo prazo: petróleo e gás, autopeças, aeronáutico e maquinaria agrícola.
A outra inclui os setores sensíveis, madeira e móveis, linha branca, lácteos e vinhos. Estes últimos estão envolvidos, de alguma maneira, em negociações mais específicas, já que estão submetidos a diferentes tipos de restrições comerciais.
Arcuri reconhece que os setores sensíveis geram frequentes conflitos entre os dois países, mas pondera que eles também têm potencial de integração. "A ideia não é fazer mágica, mas acentuar a discussão onde há espaço para fazer integração e, no fim, terá redução de atritos", disse Arcuri na sexta-feira, ao final do segundo e último dia de reunião com o governo argentino, para discutir o assunto, em Buenos Aires.
Uma nova reunião já foi marcada para o dia 17 de março. Até lá, os dois governos terão muitas tarefas para realizar. Segundo Arcuri, Argentina e Brasil vão fazer um levantamento das ações que já foram feitas no sentido de facilitar a integração produtiva dos setores definidos, para poder traçar novas metas. Além disso, vão verificar quais os instrumentos de financiamento que já estão disponíveis.
A ideia é avaliar com o setor privado reage e as atuais linhas de crédito são suficientes ou se são necessárias novas ferramentas ou ajustes. Os setores mencionados também terão seus marcos regulatórios estudados para correções de eventuais problemas, que dificultam o acesso às linhas de crédito e a integração.
Antes da próxima reunião, os governos vão promover ainda uma rodada de contatos com esses setores. "Precisamos saber se eles têm o interesse de que realizemos todo esse esforço. Essa é a grande revolução: vamos ter uma articulação direta com o setor privado", ressaltou Arcuri.
Ele lembrou que o trabalho dos governos de ambos os países é criar condições econômicas para que os negócios sejam mais atraentes para as empresas. "A integração produtiva é apenas a realização de negócios", definiu.(Fonte: Jornal do Commercio/RJ/Marina Guimarães da agência Estado)
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