A Justiça homologou na segunda-feira, 20, o plano de recuperação judicial do estaleiro Ecovix, do grupo Engevix, que tem dívidas de cerca de R$ 8 bilhões. A companhia pediu recuperação em dezembro de 2016, após ser atingida por investigações da Operação Lava Jato relativas à relação entre a Petrobrás e a Engevix.
O estaleiro, instalado no Rio Grande do Sul, tinha contratos para entrega de seis a sete plataformas para a Petrobrás, das quais conseguiu entregar cinco, antes de a estatal cancelar o restante da encomenda.
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Embora a Justiça tenha feito poucas mudanças no plano apresentado pelo Ecovix, houve a determinação de que a empresa venda sobras de plataformas construídas e não entregues antes de voltar a operar, informou o advogado encarregado pelo plano de recuperação, Alexandre Faro, do escritório Freire, Assis, Sakamoto e Violante.
Segundo Faro, o plano de recuperação envolve um período de dois anos em que a Ecovix vai se focar em atividade portuária e em processamento de aço para a indústria metal mecânica.
Segundo a Ecovix, que afirma ter o maior dique seco do Brasil, as instalações da empresa têm 100 mil toneladas de sucata e entulho de obras que terão de ser removidos. O advogado afirmou que, por enquanto, não há interessados listados na sucata acumulada, que inclui partes da plataforma P71. A empresa afirmou que o plano de recuperação envolve a finalização da P-71, considerada essencial para a continuidade das atividades do estaleiro.
O diretor operacional da Ecovix, Ricardo Ávila, afirmou, em comunicado, que a homologação do plano “descortina um cenário muito favorável ao estaleiro”. “Entendemos que possíveis investidores, com quem temos avançado nas conversações, se sintam mais confortáveis em desenvolver seus projetos em parceria com a empresa. É mais um passo na nossa retomada”, frisou.
Fonte: Reuters