Presidente Lula disse que é "besta mas não rasga nota de dez, não". Salientou que a economia do País vai bem
Ipojuca (PE) Após oito longos discursos, vídeo dobre o Estaleiro Atlântico Sul (AES) e até poesias e repentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ovacionado, pega o microfone para, emocionado, emocionar os presentes à cerimônia de lançamento do navio João Cândido. Ele, por ser pernambucano e ter enfrentado as mesmas dificuldades que as centenas de trabalhadores conterrâneos sentados à sua frente, foi justamente no ponto mais evidenciado da solenidade, o orgulho de cada um que ajudou na construção do EAS e do petroleiro.
"É, muito mais que o renascimento da indústria naval do Brasil, a recuperação da autoestima dos milhares de funcionários, dos pernambucanos e do povo brasileiro. Estamos investindo nessa mudança. As pessoas que antes não tinham oportunidades estão recebendo treinamento e hoje dizem: tenho uma profissão", disse.
O discurso combina com o que os trabalhadores pensam. O operador de empilhadeira Everson Galdino da Silva, de Pontes Carvalho, na Região do Cabo Santo Agostinho, lembra que a chegada do estaleiro abriu portas para muitos jovens. "É um grande marco para o Estado e acho que muitas iniciativas como esta devem ser incentivadas. Estou muito orgulhoso de ter participado da construção do primeiro navio petroleiro fabricado no Pernambuco", disse.
Vestindo o macacão do EAS e com uma câmera fotográfica na mão registrando as emoções dos colegas, a soldadora Joseli Maria de Oliveira, no sétimo mês de gestação, diz que sua função é sacrificante, mas vale a pena. "Estou aqui há um ano e 11 meses. Antes, já havia trabalhado na logística do porto de Suape, mas agora tenho uma profissão e vejo a oportunidade de crescer. Meu marido trabalhou no estaleiro e minha irmã, Maria Silvia, trabalha comigo aqui. Somos da turma 2 do treinamento dos soldadores e estamos muito felizes de ver o navio chegar no mar", descreve.
Madrinha
Todos os trabalhadores foram representados pela soldadora Josenilda Maria da Silva, selecionada como madrinha da embarcação (especulava-se que a pré-candidata a presidência da república, Dilma Rousseff, que esteve no evento de ontem, fosse a escolhida). Após os discursos, Josenilda, Lula, os presidentes da Transpetro, Sérgio Machado, da Petrobrás, Sergio Gabrielli, do EAS, Angelo Bellelis e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foram ao lado do casco do navio para batizá-lo, quebrando a garrafa de espumante e abrindo um balão verde e amarelo pendurado na estrutura do petroleiro. O governador prometeu manter a política de captação de investimentos. "Aqui vai nascer o maior cluster de petróleo, gás e off-shore do País. Há o pensamento articulado para os empreendimentos rebaterem no Interior, gerando renda e empregos. Estamos juntos para construir mais navios e mais vida nas vidas das pessoas". (GCN).
40 MIL EMPREGOS
46 embarcações já estão licitadas
Ipojuca (PE)Com apoio do governo federal e do Fundo de Marinha Mercante o Promef já licitou 46 dos 49 navios que compõem a primeira fase do programa. A estimativa é de que sejam gerados, ao final das contratações, 40 mil empregos diretos e 160 mil indiretos na construção das embarcações.
O sistema Petrobras gasta US$ 2 bilhões por ano com afretamento de navios, isso porque a Transpetro tem frota de 52 navios dos mais de 180 utilizados. Com o Promef, até 2014, o País terá frota própria de 108 embarcações. Esse total deve aumentar com o Promef III que considera o aumento na produção de petróleo e gás, principalmente no campo do pré-sal e a entrada de quatro refinarias no nordeste, a Premium II no Ceará e as do estado do Pernambuco, Maranhão e Rio Grande do Norte. As encomendas já contratadas são os dez navios do tipo Suezmax (160 mil toneladas de Porte Bruto -TPB) em construção no EAS pelo valor de US$ 1,2 bilhão, cinco Aframax (110 mil TPB), também do EAS, quatro Panamax (73 mil TPB) do estaleiro Eisa, Rio de Janeiro, quatro navios de produtos do estaleiro Mauá (RJ) ,quatro aliviadores Suezmax e três aliviadores Aframax, ambos do EAS, três navios de bunker, a serem fabricados no estaleiro Superpesa (RJ) e cinco navios de produtos, para transporte de derivados que serão construídos no estaleiro Rio Nave (RJ).
Promar definido
A Transpetro classifica os oito gaseiros do Promar Ceará como encomendas com resultado definido, ou seja, a espera de assinatura de contrato. As embarcações são quatro navios com capacidade de transportar de 7mil m³ de gás, dois para 12 mil m³ e dois de 4 mil m³. O contrato com o Promar Ceará será no valor de US$ 536 milhões. Outros três navios de produtos, ainda em licitação, completam a demanda de 49 embarcações.
(Fonte: Diário do Nordeste (CE)/GCN)
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