A Lupatech vai recorrer a um plano de recuperação extrajudicial para tentar equacionar seu endividamento e voltar a colocar suas operações de pé. A proposta envolve a capitalização da passivos na forma de novas ações e deve fazer com que a BNDESPar - maior acionista, com 31% das ações - aumente ainda mais sua fatia na companhia.
O banco de fomento é o principal detentor de debêntures, no valor de R$ 383 milhões. A proposta da companhia é que 85% dessa dívida seja convertida em novos papéis, ao preço de R$ 0,25 cada. Os 15% restantes serão trocados por uma nova emissão de debêntures, com vencimento em cinco anos e que pagarão 100% do CDI ao ano.
A principal dívida da fabricante de equipamentos para a indústria de petróleo são bônus perpétuos de US$ 298 milhões. O plano de recuperação precisa ser aceito por detentores de três quintos desse valor. Nesse caso, 85% da dívida seria convertida em recibos de ações (ADRs), equivalentes a uma ação ordinária. Os 15% restantes seriam trocados por uma nova emissão de notas em dólar no exterior, com vencimento em cinco anos e juros de 3% anuais.
A Lupatech tem ainda R$ 230 milhões em dívidas bancárias, que, cujo prazo de vencimento seria estendido para até oito anos. Os detentores de passivos sem garantias reais, que somam R$ 180 milhões, poderão converter a dívida em ações, nos mesmos moldes oferecidos aos debenturistas.
O plano ainda será apresentado aos credores. Em junho, a empresa tinha R$ 20 milhões em caixa contra dívida de curto prazo de R$ 694 milhões. Diversos fornecedores já entraram com pedido de falência contra a companhia.
Fonte: Valor Econômico/Natalia Viri | De São Paulo
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