Estaleiro iniciou edificação de blocos que comporão casco de plataforma
 
 Quando se fala em Pernambuco, o costume é fazer referência ao maior  teatro ao ar livre do mundo, à maior avenida em linha reta do mundo...  Pois bem, acrescente a essa lista a maior movimentação de carga on shore  (em terra) da América Latina. Ontem, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS),  no Complexo Industrial Portuário de Suape, realizou a edificação, no seu  dique seco, do primeiro dos dois megablocos de 2,5 mil toneladas que  integram o casco da plataforma P-55, encomendada pela Petrobras e que  servirá para extrair petróleo a 5 mil metros de profundidade em alto  mar, a 130 quilômetros da costa, no Campo do Roncador, na Bacia de  Campos, no Rio de janeiro.
 
 No total, o casco que está sendo construído pelo Estaleiro pesará 22 mil  toneladas. Foram necessárias duas horas e 15 minutos para que os dois  guindastes Goliath do tipo pórtico percorressem 250 metros até  descarregar o bloco no dique (compartimento onde o casco será montado  antes de ser despejado no mar). “Compõem o casco quatro blocos desse  tipo (pontoon), quatro nós (outro tipo de bloco) e 12 níveis de coluna.  Como o casco completo terá 100 metros de largura e o dique dispõe de 74  metros de largura, vamos fazer o encaixe das partes na água”, explicou o  presidente do EAS, Angelo Bellelis.
 
 Segundo o contrato assinado com a Petrobras, o Estaleiro fará o casco  (valor de US$ 350 milhões) e enviará para o Rio Grande do Sul a reboque  (flutuando) ou através de um navio específico para esse tipo de serviço.  Lá, está sendo feito o top side (os módulos da plataforma), que será  acoplado ao casco. Bellelis estima que até julho a sua parte da  encomenda esteja sendo entregue em Porto Alegre. Existe um atraso de  nove meses em relação ao prazo original para entrega porque a empresa  chinesa Wouxi, que faria os guindastes Goliath, decretou falência. Em  princípio, o EAS trabalhou com guindastes de um potencial menor, o que  atrasou as operações. Houve uma renegociação no contrato e o novo prazo  para entrega foi prolongado para 12 meses.
 
 Os pórticos foram construídos por uma outra empresa chamada Via.  “Estamos solicitando o auxílio do Itamaraty para que haja um acordo  bilateral entre Brasil e China. Queremos reaver o sinal que demos de US$  15 milhões para a Wouxi”, revelou Bellelis. O orçamento total do  Goliath ficou em US$ 60 milhões. Ainda sobre as características da  construção do casco, vale ressaltar que inspeções de 100% em certos  tipos de solda foram aplicadas para que fosse assegurada toda a  qualidade do empreendimento, já que a plataforma off shore (fora da  terra) ficará períodos inteiros em alto mar, sem possibilidade de  reparo.
 
 Fonte: Folha de Pernambuco(PE)/PAULO MARINHO
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