Caso saia vencedor da disputa para construir sete navios-sonda da Petrobras, EAS fará novas contratações
A construção de sete navios-sonda para a Petrobras vai demandar a abertura de mais de duas mil vagas no Estaleiro Atlântico Sul, que vão se somar às cerca de quatro mil existentes atualmente, caso o empreendimento saia vencedor da licitação da Petrobras. Um passo importante já foi dado: o estaleiro pernambucano foi o que apresentou o menor preço para a construção de um dos quatro lotes de sete sondas licitados pela estatal.
A nova encomenda exigirá ainda um investimento extra de R$ 200 milhões em obras de ampliação. Segundo o presidente do EAS, Angelo Bellelis, o dinheiro será aplicado na complementação do cais off shore e na instalação de novas oficinas e escritórios. Parte dos recursos será aplicada em equipamentos de içamento, como um prolongamento dos trilhos de rolamento dos Goliaths e na aquisição de guindastes de menor porte.
´Em relação à mão de obra adicional, estamos pensando em um esquema de treinamento que seja mais rápido. Algo que faça o profissional sair do Senai para o Centro de Treinamento e logo para a fábrica`, diz Bellelis. Em 2008, o governo do estado precisou fazer reforço de escolaridade em português e matemática para que cinco mil pernambucanos pudessem se candidatar a uma vaga no estaleiro. Um verdadeiro drama.
O EAS, fruto de um investimento de R$ 1,8 bilhão, já possui em carteira 22 navios encomendados pela Transpetro, o casco da plataforma P-55 da Petrobras e dois supertankers do tipo Very Large Crude Carrier (VLCC) contratados pela Noroil Navegação. Sua capacidade de processamento é de 160 mil toneladas de aço por ano.
Na licitação da Petrobras, o estaleiro pernambucano apresentou um preço de US$ 664,2 milhões por unidade de sonda e saiu na frente. A concorrência prevê a contratação de até quatro lotes de sete sondas. Caso a estatal decida contratar os quatro lotes, também devem sair vencedores o consórcio Alusa/Galvão e os estaleiros Brasfels (Angra dos Reis-RJ) e Jurong, de Cingapura, que pretende construir um estaleiro no EspíritoSanto.
O curioso é que as 28 sondas que estão sendo licitadas não serão administradas pela Petrobras. De acordo com sua gerência de imprensa, a estatal estuda duas alternativas para evitar um superindividamento, uma vez que as encomendas podem chegar a US$ 30 bilhões. A primeira prevê a contratação de fretadores e operadores que possam gerenciar a construção das embarcações e depois afretá-las por dez anos à Petrobras.
A segunda prevê a utilização de uma nova companhia que seja proprietária de todas as sondas a serem fretadas, formada pela Petrobras (participação entre 5% e 10%) e outros investidores brasileiros. Informações de mercado indicam que essa empresa é a Sete Brasil, holding nacional com braços na Áustria e na Holanda.
"Em relação à mão de obra adicional, estamos pensando em um esquema de treinamento que seja mais rápido" Angelo Bellelis, presidente do EAS
Fonte: Diário de Pernambuco (PE)/Micheline Batista
PUBLICIDADE