Marinha recebe 2º Navio-patrulha oceânico

Terceiro está em fase de testes e chega ao Brasil no segundo semestre

Após atracar na cidade de Rio Grande (RS) no início de maio, vindo de uma viagem de cerca de dois meses de trânsito pela costa africana, o navio-patrulha Oceânico (NPaOc) Apa chegou no dia 24 de maio em seu porto sede: Rio de Janeiro (RJ). Depois de incorporado à Marinha do Brasil, no dia 11 de março em Portsmouth, no Reino Unido, o navio fez escala em Portugal, Espanha, Mauritânia, Senegal, Gana, Angola e Namíbia. Durante a sua viagem para o Brasil, pode interagir com as Marinhas dos países africanos visitados, realizando exercícios conjuntos, como por exemplo, treinamento antipirataria.  

Ele é o segundo de uma série de três da classe “Amazonas” construída pelo estaleiro britânico BAE Systems -Naval Ships. Foi uma compra de oportunidade: as embarcações inicialmente haviam sido encomendadas pelo governo de Trinidad e Tobago em um contrato assinado em 2007.  Em 2010 o negócio foi desfeito e em 2011 a Marinha do Brasil fechou a compra por cerca de R$ 360 milhões.

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O contrato inclui ainda uma licença de construção de futuros navios da mesma classe, no Brasil. Segundo o comandante da Marinha, Julio de Moura Neto, a Marinha planeja construir 12 navios iguais a estes.  O contrato com a BAE Systems prevê o pagamento de royalties pela transferência de tecnologia até a construção do 4º navio.  Ainda não há previsão sobre quando a Marinha lançará edital para estas obras, que serão feitas em estaleiros privados brasileiros.  O comandante da Marinha garantiu que todos terão mais de 50% de itens fabricados no Brasil.

A construção do Apa teve início em setembro de 2008 e foi finalizada em julho de 2010.  O primeiro navio-patrulha a ser incorporado foi o Amazonas, em junho de 2012 e o terceiro e último, o Araguaia, está em fase de testes e chega ao Brasil no segundo semestre.  Este segundo NPaOc recebeu o nome de um importante rio da região do Pantanal, o Apa, que delimita a fronteira entre o Brasil e o Paraguai, cuja bacia hidrográfica tem cerca de 12 mil quilômetros quadrados em território brasileiro.

O projeto da classe , com 90 metros de comprimento e 1.800 toneladas de peso, se baseia nos navios de patrulha oceânica da classe “River”, pertencentes à Marinha Britânica. Os navios são equipados  com um canhão de 30mm e duas metralhadoras de 25 mm, com capacidade para 200 tiros e duas metralhadoras de 12,7mm com capacidade para 500 tiros. A velocidade máxima é de 25 nós com autonomia de 35 dias. A capacidade de armazenamento é de seis contêineres de 15 toneladas. O sistema de propulsão é formado por dois motores MAN 16V28/33D de 7.350 HP e quatro geradores Caterpillar, sendo três de 550 kw e um diesel gerador de emergência Caterpillar de 200 kw. As embarcações tem capacidade para 51 militares e acomodação adicional para 40 pessoas, tantos tropas como simples passageiros, como pessoas evacuadas de uma área. Dispõem ainda de dois botes rígidos infláveis e um convés para pouso e decolagem de helicóptero.

Segundo o comandante Moura Neto, a aquisição dos três navios-patrulha agrega importante valor para que a Marinha possa intensificar as ações de patrulha e inspeção naval, voltadas à segurança do tráfego aquaviário, prevenção da poluição ambiental e aumento da capacidade de Busca e Salvamento (SAR), ao longo da extensa área marítima sob responsabilidade do Brasil. O foco principal é o patrulhamento da chamada “Amazônia Azul” operando, principalmente, na região das bacias petrolíferas dos estados do Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro.  Esses dois primeiros navios iniciarão seus trabalhos ajudando na segurança durante a Copa das Confederações, ficando o Apa no Rio de Janeiro e o Amazonas em Salvador.

Ainda segundo o comandante da Marinha, o Programa de Obtenção de Navios de Superfície (Prosuper) prevê a aquisição de 27 navios-patrulhas de 500 toneladas.  Sete deles já foram contratados, dois dos quais estão em operação e cinco em construção. Os outros 20 deverão ser encomendados em estaleiros privados no Brasil mas a licitação para o primeito lote ainda não tem data definida.  Também no caso destes, a intenção da Marinha é ampliar ao máximo possível a participação de fornecedores nacionais.

Ele informou ainda que a Marinha pretende construir quatro corvetas da classe Barroso mas antes será preciso fazer uma revisão do projeto, que está defasado. A construção da primeira corveta deve ser iniciada em 2014.



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