Ontem à noite, um dia antes do fechamento oficial da operação, a megacapitalização da Petrobras já estava garantida. A oferta, que é a maior já realizada no mundo, deve atender tanto os interesses da estatal, que engordará seu caixa, como do governo, que conseguirá ampliar sua participação no capital da companhia. Alguns grandes investidores ainda farão suas reservas hoje, mas no fim do pregão de ontem já havia demanda suficiente para que a colocação alcançasse seu máximo, no total de R$ 132 bilhões.
Segundo o Valor apurou, o governo já conseguiu aportar entre R$ 65 bilhões e R$ 70 bilhões na oferta - do montante pretendido de R$ 74,8 bilhões. Isso garante que a fatia da União no capital total da empresa suba dos atuais 39,8% para perto de 45%.
O tamanho definitivo da oferta dependerá do preço de venda da ação e da decisão da empresa e dos bancos coordenadores de colocar o lote adicional integralmente - que pode alcançar até 20% da distribuição original. Sem isso, a capitalização ficaria em R$ 111 bilhões. Tanto o preço quanto o tamanho do lote adicional influenciam na participação final exata do governo na empresa.
Caberá à companhia decidir o quanto do excesso de demanda será atendido por meio do lote adicional. A empresa tem poder total sobre essa definição. Em situações como essa, é possível deixar parte do mercado não atendido para formar um apetite pelas ações nos dias que se seguem ao fim da colocação, como um estímulo para a alta dos papéis.
As informações que circulavam ontem no mercado eram de que a demanda superava em cerca de 50% a parcela aberta ao mercado na oferta original - aproximadamente R$ 21 bilhões.
A procura pelos papéis aumentou no fim do dia, em boa parte motivada pelo apetite dos estrangeiros, que, por questões técnicas, preferiram ficar fora da oferta prioritária - 80% do total - destinada aos atuais acionistas.
Fonte: valor Econômico/Graziella Valenti e Fernando Torres | De São Paulo
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