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O benefício que o Estado teria em troca do estaleiro

A criação de 1,2 mil empregos e ter parte das ações no estaleiro Promar Ceará são as compensações que o Estado teria pela polêmica instalação da indústria naval no Titanzinho
Titanzinho teria como compensação pelo estaleiro, que obstruiria boa parte do acesso ao mar, a criação de 1,2 mil empregos (Foto: Dário Gabriel)
Desde que o governador Cid Gomes (PSB) articulou reunião com os vereadores mais votados no bairro Serviluz para solicitar o apoio à instalação do estaleiro Promar Ceará, no Titanzinho, ele vem se confrontando com a prefeita Luizianne Lins (PT), surfistas, ambientalistas e empresários contrários à ação. Qual o custo do desgaste? O Governo anuncia a criação de 1,2 mil empregos diretos.
Para isso, o investimento do Estado será de aproximadamente R$ 60 milhões. O que significa que o Estado aplicará R$ 50 mil para cada emprego criado. Há a estimativa da criação, também, de 5 mil empregos indiretos - que podem ser no Ceará ou em outros locais.
Além do benefício empregatício, o Governo converterá 50% de seu investimento em ações, um percentual próximo 15% do valor total do investimento: US$ 110 milhões.
Essas são, oficialmente, as duas maiores compensações para o Estado da vinda da indústria naval para o Ceará. O investimento conta com o capital de um dos acionistas do estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, a empresa do Rio de Janeiro, PJMR.
O empreendimento pernambucano & da ordem de R$ 1,4 bilhão & possui quatro acionistas. É o maior do hemisfério sul. Desde 2007, foram gerados, de acordo com assessoria de imprensa, 3,4 mil empregos. A estimativa, ainda segundo assessoria, é de, até o fim de 2010, contemplar 4 mil trabalhadores. Para os anos subsequentes, as contratações dependerão das novas encomendas de navios e plataformas, diz assessoria.
Mão de obra
Hoje, cerca de 82% das pessoas que trabalham no Atlântico Sul são pernambucanas, mas atualmente, tramita a contratação de 200 brasileiros, com formação no Japão. A assessoria admite, no entanto, a necessidade de contratação estrangeira, além de dificuldade de encontrar especialista no Brasil. A falta de tradição da indústria naval no Nordeste e a sua crise de 20 anos foram os principais motivos, segundo assessoria, para a carência de mão de obra.
O empreendimento pernambucano investiu, de acordo com assessoria, R$ 3,5 milhões em um Centro de Treinamento, na região do estaleiro. A assessoria informa que, entre 2007 e 2010, serão gastos R$ 12 milhões no treinamento de 2,87 mil profissionais. O número tende a crescer até o fim do ano. A prioridade é a formação de soldadores e montadores, as funções mais demandadas.
EMAIS
"SE FOSSE EU, IA FAZER EM CAMOCIM", DIZ DIRETORA DA SEMACE
- Segundo a superintendente da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Lucia Teixeira, Camocim seria um bom lugar para abrigar o projeto. ``Se fosse eu, ia fazer no Camocim``, afirmou depois de deixar claro que considera não ser mais tempo de definir onde será o empreendimento.
- Lucia acrescentou que não pode dar um parecer sobre os impactos causados pelo empreendimento, porque o projeto não foi encaminhado à Semace. Caso a estrutura atinja o mar, segundo ela explicou, a competência pelo licenciamento passa a ser do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão federal.
- No entanto, seria bom para o Estado, segundo Lucia, se o licenciamento fosse considerado uma competência da Semace. ``É uma questão de instância. Cada ente federal tem seu poder``, explicou.
- Mesmo se não for considerado o órgão responsável, a Semace poderá dar alguma indicação de irregularidade, se for o caso. ``Ele (o estaleiro) pode ser feito lá, mas se não for adequado, a gente tem de dizer``, acrescentou.
NÚMEROS
12
MILHÕES DE REAIS FORAM INVESTIDOS EM PERNAMBUCO PARA QUALIFICAR A MÃO DE OBRA ESPECÍFICA
3,4
MIL EMPREGOS FORAM GERADOS EM TRÊS ANOS NO ESTALEIRO ATLÂNTICO SUL. ESTIMA-SE CHEGAR A 4 MIL EM 2010
82%
DA MÃO DE OBRA EMPREGADA HOJE NO ATLÂNTICO SUL SÃO DE ORIGEM PERNAMBUCANA
1,2
MIL EMPREGOS DIRETOS QUE O GOVERNO DO ESTADO PRETENDE CRIAR COM A VINDA DO PROMAR CEARÁ
30
MILHÕES DOS INVESTIMENTOS ESTADUAIS SERÃO REVESTIDOS EM AÇÕES GOVERNAMENTAIS DO EMPREENDIMENTO (Fonte: O Povo/CE/Tiago Coutinho)



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