A Odebrecht Óleo e Gás acaba de levantar US$ 1,5 bilhão nos primeiros "project bonds" (bônus para projeto) de grande porte emitidos por uma empresa brasileira. A demanda de US$ 5,5 bilhões pelo papel mostra que "há uma bolsa de liquidez adicional entre os investidores institucionais estrangeiros para financiar o setor de óleo e gás no Brasil", diz Ignacio Dominguez Adame, responsável pelo banco de atacado do Santander no Brasil, um dos líderes na transação.
Outras empresas poderão se aproveitar desse interesse do investidor externo, acredita Marco Rabello, responsável pela área de finanças estruturadas da Odebrecht Óleo e Gás. "As companhias brasileiras agora têm outras fontes de captação de recursos para projetos de infraestrutura além dos bancos e do BNDES", diz Alexei Remizov, responsável pela área de mercados de capitais/dívida para Brasil do HSBC, um dos líderes da transação, além do Deutsche Bank, Banco do Brasil e Santander.
A ideia da operação nasceu em janeiro, em encontro do Santander com oito grandes investidores institucionais americanos, recorda Ricardo Leone, responsável pela área de mercado de capitais de dívida/Brasil do banco. Esses grandes fundos ajudaram a montar a transação. No fim, mais de dez deles entraram com ordens superiores a US$ 100 milhões. Os investidores americanos ficaram com 78% dos papéis, a maior parte gestores de fundos.
Os recursos vão pagar antecipadamente empréstimo tomado em 2009 para financiar a construção de dois navios sonda de perfuração de petróleo a serem alugados pela Petrobras. As garantias são os próprios navios e o aluguel com a Petrobras. Com a demanda forte, a Odebrecht levantou US$ 1,5 bilhão pelo prazo de 10,5 anos com rendimento de 6,375% ao ano, abaixo dos 6,5% previstos inicialmente.
Outra transação inovadora foi a feita pelo Banco Votorantim, finalizada ontem, em francos suíços. "Buscamos sempre ampliar nossa base de investidores e agora acessamos o varejo do private banking na Suíça", afirma Walter Piacsek, vice-presidente executivo do Banco Votorantim. Segundo ele, a transação de 250 milhões de francos suíços por três anos, com juros de 2,75% ao ano, se transformada em reais seria o equivalente a 108% a 110% do Depósito Interfinanceiro.
Fonte: Valor Econômico/Cristiane Perini Lucchesi | De São Paulo
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