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OGX assina com credores, mas ainda tem desafios

A antiga OGX, petroleira do empresário Eike Batista hoje denominada apenas Óleo e Gás Participações (OGP), concluiu na sexta-feira, por volta das 23 horas, a assinatura do acordo com os credores que trará US$ 215 milhões ao caixa da empresa, garantindo os recursos para todo este ano, pelo menos.

É o fim de uma etapa importante para a sobrevivência da companhia. Mas o início de um caminho um pouco mais longo do que se imaginava.

Os maiores credores da antiga OGX, os detentores dos bônus internacionais, serão os donos da empresa ao fim de tudo. Mas isso deve ocorrer no começo do segundo semestre deste ano, entre julho e agosto.

Os novos recursos serão obtidos com a emissão de duas tranches de debêntures - a primeira de US$ 125 milhões, para os detentores dos bônus internacionais e os fornecedores de um empréstimo ponto de US$ 50 milhões, e a segunda, de US$ 90 milhões, para todos os credores.

O aporte faz parte de um amplo acordo com credores fechado em 24 de dezembro. A empresa tem dívidas de US$ 5,8 bilhões (US$ 3,8 bilhões só com os donos dos bônus). Todo esse volume será convertido em capital, dentro do plano de recuperação judicial - e a empresa ficará sem dívidas.

Até o dia 17, o plano da recuperação judicial deve ser apresentado à Justiça e a expectativa é que esteja aprovado dentro de 60 dias, quando será feita conversão da dívida antiga em ações.

Já a conversão da dívida nova - referente aos US$ 215 milhões das debêntures - só será convertido mais à frente. E a expectativa é que, até lá, conforme apurou o Valor, ainda haja muito "ruído" de mercado, com queixas tanto de detentores de bônus que não entraram no grupo de fornecedores do dinheiro novo, quando de minoritários da OGP.

As condições de conversão em capital da dívida nova, frente à velha, são substancialmente mais favoráveis. Esses credores terão direito a 65% da antiga OGX, ao fim de todo o processo. Trata-se de uma espécie de "recompensa" pela aposta no negócio, em sua atual circunstância.

Por conta disso, o Valor apurou que a gestão da OGP, conduzida pela Angra Partners, de Ricardo Knoepfelmacher, está preparada para os questionamentos - mas isso pode alongar ainda mais os prazos de execução do acordo.

Os credores das dívidas antigas, que somam US$ 5,8 bilhões, ficarão com o equivalente de 25% da OGP reestruturada. Os atuais acionistas da empresa terão 10%.

Eike Batista ficará com 9,4%, na soma de suas fatias direta e indireta. Ele terá 5% diretamente, e mais 4,4% por meio da OSX, que está entre as credores e da qual ainda é o controlador.

Contudo, antes da execução de todas as etapas do plano, a OGP ainda precisa garantir as condições para sua implantação.

Entre elas, está a conclusão das negociações com os detentores dos bônus da OSX, que têm como garantia a plataforma (FPSO) OSX3, que está instalada e em operação no Campo de Tubarão Martelo. É o fluxo de produção deste campo que torna viável a recuperação da OGP.

Atualmente, a companhia extrai dele 11 mil barris de óleo ao dia. Esse volume pode subir até 18 mil barris diários, mas ainda muito distantes dos 100 mil originalmente previstos. O uso desta plataforma custaria, nas antigas bases contratadas entre as duas empresas, US$ 383 mil ao dia.

Para o acordo final com os credores, a OGX precisa renegociar essas condições para as bases compatíveis com a produtividade atual do campo.

Os donos dos bônus da OSX que têm a plataforma de garantia, porém, têm várias exigências para aceitar as novas condições. A expectativa é que um acordo seja alcançado até o fim desta semana. Caso ele não ocorra, o "plano B", conforme fontes ouvidas pelo Valor, é selar o acordo entre as empresas à revelia dos credores da empresa de estaleiros. Basta, para tanto, um acerto entre as administrações da OGP e da OSX. Atualmente, ambas estão sob a tutela da Angra, que coordena a reorganização da holding de Eike, a EBX.

Fonte: Valor Econômico/Graziella Valenti | De São Paulo






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