Outra plataforma de petróleo explode no Golfo do México, 4 meses depois
Ambiente. Os 13 funcionários da empresa Mariner Energy foram  resgatados; risco de desastre comparável ao da Deepwater Horizon é  pequeno, afirma especialista, porque a Vermilion Block 380 não perfurava  poço e opera a apenas 105 metros da superfície
 
 A plataforma de petróleo Vermilion Block 380, da companhia americana  Mariner Energy, explodiu ontem no Golfo do México, a 160 quilômetros da  costa da Louisiana, nos Estados Unidos. Os 13 funcionários da estrutura,  que estava em manutenção, lançaram-se ao mar e foram resgatados pela  Guarda Costeira. Apenas um deles teria se ferido.
 
 A empresa informou que a explosão não causará um vazamento de petróleo  similar ao da plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum (BP),  responsável pelo maior acidente ambiental da história dos EUA.
 
 Porém, a companhia se esquivou de mencionar se um volume menor está  sendo derramado no golfo. Em texto ao público, a companhia diz ter  notificado as autoridades regulatórias americanas, além de estar  trabalhando com elas para dar uma resposta a esse incidente. "A causa  não é conhecida e será conduzida uma investigação", continua o texto.
 
 Do ponto de vista técnico, o risco menor de vazamento é factível.  Conforme o especialista Andy Radford, a Vermilion operava em águas  rasas, ao contrário da Deepwater Horizon, o que tornaria mais fácil  estancar um possível vazamento.
 
 A explosão da Vermilion se deu a 105 metros da superfície. Além disso,  as duas estruturas são diferentes. A da BP era uma plataforma de  perfuração de poço. A da Mariner é de produção, portanto o óleo escoa  com pressão controlável. Curiosamente, as duas estruturas estão  separadas por apenas 128 quilômetros.
 
 Mesmo que não alcance a dimensão do caso da BP, o novo acidente poderá  reforçar a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, de manter a  moratória para a exploração de petróleo e gás no Golfo do México.
 
 "Temos como reagir de imediato, caso venhamos a receber relatórios que  confirmem a poluição das águas", antecipou-se o porta-voz da Casa  Branca, Robert Gibbs. O governo americano foi acusado pela oposição de  demorar a reagir no caso da BP, que resultou na morte de 11 funcionários  (mais informações nesta página).
 
 O acidente na Vermilion mobilizou sete helicópteros da Guarda Costeira,  duas aeronaves e três embarcações de três Estados da costa. Até a última  semana de agosto, quando entrou em manutenção, a plataforma extraía uma  média de 9,2 milhões de metros cúbicos de gás natural e de 1,4 mil  barris de petróleo por dia, de acordo com a empresa.
 
 A reação mais imediata ao acidente deu-se no mercado financeiro. Segundo  a agência de notícias Reuters, o preço do barril de petróleo na Bolsa  Mercantil de Nova York aumentou 0,81%, para US$ 74,50. As ações da  Mariner Energy, companhia independente que participa de pelo menos 35  projetos de exploração em águas profundas no Golfo do México, caíram 2%.  A companhia tem uma dívida de US$ 1,2 bilhão e está em processo de  venda para a Apache Corporation, outra empresa americana e independente  do setor.
 
 PARA LEMBRAR
 
 Em abril, explosão matou 11 funcionários
 
 Em 20 de abril, a plataforma Deepwater Horizon, a cerca de 80  quilômetros da costa da Louisiana, no Golfo do México, explodiu, dando  início ao que é considerado o maior desastre ambiental da história dos  EUA. O presidente Barack Obama, que no início foi acusado de lentidão na  reação à tragédia, chegou a classificá-la de o "11 de Setembro  ambiental".
 A explosão da plataforma causou a morte de 11 pessoas. Estima-se que 652  milhões de litros de óleo tenham atingido a costa de cinco Estados -  Louisiana, Alabama, Mississippi, Texas e Flórida -, matado centenas de  animais e impactado sobre os setores de hotelaria, alimentação e  entretenimento. Só na Flórida a perda foi de 35 mil empregos e US$ 2  bilhões.
 No segundo semestre, a BP teve prejuízo de US$ 17 bilhões, o maior de sua história.
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Fonte: O Estado de S.Paulo/Denise Chrispim Marin CORRESPONDENTE / WASHINGTON

















