A Rússia está organizando uma conferência internacional sobre o Ártico, num momento em que a região se tornou cobiçada por vários países que querem explorar suas reservas de gás e petróleo. Os países que fazem limite com o Ártico têm questões de fronteira que põem em risco a exploração pacífica da área. E ONGs de defesa ambiental lutam para tentar restringir as operações de grandes petroleiras internacionais.
"Esperamos que o fórum contribua para a solução dos problemas atuais do Ártico", declarou Sergei Choigu, ministro para Situações de Emergência e presidente da Sociedade Geográfica da Rússia.
Cerca de 300 especialistas de 15 países discutirão até hoje os problemas do Ártico e possíveis compromissos. O premiê russo, Vladimir Putin, deve discursar hoje.
Como a camada de gelo do Ártico está diminuindo por causa do aquecimento global, os países passaram a identificar oportunidades de exploração na região e estão em meio a disputas de fronteira.
Geólogos e especialistas do setor acreditam que o Ártico tenha um quarto de todo o petróleo e gás ainda não descoberto no planeta.
Rússia, Canadá e Dinamarca já disseram que pretendem entrar com pedidos de reconhecimento de fronteiras na ONU. Esses países afirmam que a cadeia submarina de montanhas Lomonosov faz parte de seus respectivos territórios.
Em 2001, a Rússia protocolou seu pedido, mas a ONU o recusou por falta de provas. Em 2007, os russos fizeram um gesto simbólico para reclamar a região: usaram um submarino para colocar a bandeira russa no fundo do mar, na área em que dizem ser continuação natural de seu território. Agora, Moscou prepara um novo pedido de reconhecimento à ONU.
Alexander Bedritski, assessor presidencial para mudanças climáticas, disse acreditar que "agora há uma grande chance de comprovarmos o fundamento de nossa pretensão territorial. Colhemos novos dados e submeteremos novo pedido em 2012 ou 2013.
O Canadá também pretende protocolar seu caso na mesma época, e a Dinamarca, em 2014.
Além desses três países, EUA e Noruega também têm pretensões territoriais sobre a região polar.
O presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou na semana passada que a Rússia não quer a presença da Otan na região do Ártico e que isso poderia criar problemas adicionais.
Fonte: Valor Econômico/Agências internacionais
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