O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que está na hora de o Paraná ter um estaleiro. "Pernambuco vai ter o segundo. Por que não podemos ter um aqui?", perguntou, ao sair de uma palestra sobre inovação na Federação das Indústrias do Estado (Fiep). Questionado se estava falando de um alvo ou de algo mais concreto, ele respondeu que foi consultado recentemente sobre o assunto. "Na semana passada a Techint me procurou para tratar disso", respondeu, acrescentando que irá empenhar-se pessoalmente para que o projeto aconteça. "É investimento que passa de bilhão (de reais)", comentou.
A fala do ministro não foi por acaso. O secretário da Indústria e Comércio do Paraná, Virgílio Moreira Filho, que estava no mesmo evento, contou ao Valor que a Techint (grupo argentino) também já falou com ele sobre a possibilidade de ter um estaleiro no terreno que possui no município de Pontal do Paraná. E, segundo o secretário, não é a única que está de olho na região. "Recebi cinco ou seis empresas interessadas em vir ao Paraná para atender a Petrobras". Além da Techint, ele disse que a Odebrecht também tem conversado sobre o assunto, além de companhias da Dinamarca, Noruega e da Finlândia.
Moreira Filho contou que pouco antes havia falado com Bernardo sobre a necessidade de ampliar a área que poderia ser destinada a essas empresas. Além de Pontal, há o município de Antonina - ambos próximos ao porto de Paranaguá. O objetivo é atrair ao Paraná fornecedores da Petrobras, que faz as obras de ampliação na refinaria Getúlio Vargas (Repar), situada em Araucária.
"Acho que pode ser o início da indústria naval no Paraná", disse o secretário. Para incentivar as empresas, em fevereiro o ICMS foi reduzido de 12% para 3% para o setor naval e coligados. Ele argumentou que outros Estados também concedem incentivos semelhantes.
Consultada pelo Valor, a direção da Techint Engenharia e Construção confirmou que esteve com Paulo Bernardo para falar de seus planos para Pontal. A empresa informou que pretende reformar um canteiro próprio que possui no município para atender novas demandas da Petrobras. No local foi construída em 2006 uma jaqueta, estrutura que fica abaixo da superfície do mar e faz a sustentação da plataforma de petróleo. Mas a estrutura está parada desde então.
Fonte: Valor Econômico/ Marli Lima, de Curitiba
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