Apesar de ter piorado o cenário para o preço do barril, câmbio e produção de petróleo, analistas de mercado avaliam que a Petrobras ainda está otimista no Plano de Negócios e Gestão 2015-2019, que teve sua segunda revisão anunciada nesta terça-feira (12). O plano reduziu de US$ 55 para US$ 45 a previsão do preço do barril de petróleo para 2016 e a estimativa de câmbio subiu de R$ 3,80 para R$ 4,06. “Os novos preços do petróleo e dólar pressupostos pela Petrobras estão mais otimistas do que as expectativas de mercado. A crescente preocupação com a China vem pressionando os preços do petróleo para baixo, o que torna otimista a estimativa de US$ 45 por barril utilizada no plano da Petrobras”, afirmou relatório do Itaú BBA enviado a clientes.
O documento cita ainda que a meta de produção de petróleo para 2020 é muito agressiva, apesar de ter sido reduzida. Isso porque a estatal reviu a estimativa de investimento em Exploração e Produção de US$ 108,6 bilhões para US$ 80 bilhões. Isso exigirá uma eficiência muito grande do investimento e também que todas as plataformas programadas sejam instaladas no tempo, o que o banco avalia como improvável. A revisão do plano revisou de 2,8 milhões de barris para 2,7 milhões de barris a produção diária em 2020.
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A Brasil Plural também divulgou relatório para os clientes no qual também considerou conservadora a nova estimativa de produção, diante do cenário de redução dos investimentos. “Nós temos atualmente em nosso modelo, o nível de produção de 2,52 milhões de barris por dia para 2020, e não deve alterá-lo para o momento”, afirma o documento.
O BTG Pactual avaliou como pouco significativa as ações tomadas pela empresa em 2015 diante da dimensão dos problemas enfrentados pela estatal. “A revisão do capex [investimento] de hoje é bem-vindo, mas (muito) mais é necessário antes que se torne uma boa história de equivalência patrimonial”, avaliou o banco em relatório enviado a clientes.
No documento, o banco afirma que o plano de desinvestimento, que foi mantido pela estatal, é pequeno e a Petrobras demorava muito tempo para concordar em vender bens de exploração e produção, “enquanto isso o preço do óleo continuava a cair, reduzindo o valor de venda dos campos”, afirmou.
O Itaú também destacou o impacto do preço do barril no preço dos ativos de exploração e produção que podem ser vendidos pela Petrobras. “Vale a pena lembrar que a venda dos ativos fornece um alívio para o fluxo de caixa da Petrobras no curto prazo”, afirmou. E destaca que o banco prefere esperar a publicação, pela Petrobras, do plano de negócios completo para 2016-2020, “em vez de contar com os ajustes anunciados, que não refletem as expectativas atuais do mercado para preço do petróleo”.
Também em relatório para clientes, que não analisou especificamente o novo plano de negócios, o banco Credit Suisse considerou que o ambiente está bem desfavorável para a Petrobras, o que coloca um cenário de continuidade de queda das ações da empresa em dólar.
Vale lembrar que na sessão desta terça-feira (12) o papel da empresa fechou abaixo de R$ 6, no nível mais baixo em 11 anos.
Fonte: Fato Online