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Petrobras cria empresa para operar sondas

Estatal e fundos de pensão devem participar da nova companhia, que vai alugar equipamentos por dez anos

Estimativa é que concorrência envolva até o recorde de US$ 30 bi nas futuras compras da estatal

Preocupada com o avanço em seu endividamento, a Petrobras decidiu não ser a operadora das 28 sondas em processo de licitação e vai criar, junto com investidores, uma empresa focada na gestão dos equipamentos, usados na prospecção de petróleo.
A nova companhia será a proprietária das sondas.
A Petrobras está prestes a anunciar os vencedores da megalicitação para a construção da sondas de perfuração, concorrência que movimentará até US$ 30 bilhões.
A cifra é recorde e está próxima à do projeto do trem-bala, orçado em US$ 33 bilhões. Até a conclusão desta edição, a estatal não havia decidido quando abriria os envelopes com o nome dos ganhadores.
A nova empresa será contratada pela Petrobras, que alugará as sondas por dez anos. A companhia terá participação minoritária da Petrobras, entre 5% e 10% do capital, informou a estatal.
A Petrobras já negocia com os potenciais sócios da nova companhia, que será controlada "majoritariamente por investidores brasileiros". Entre eles estão os fundos de pensão, que terão um papel de destaque na empresa que vai gerir as sondas.
Assim como no caso do trem-bala, os fundos foram chamados a investir na construção das sondas.
Segundo a Petrobras, os seus futuros sócios "reivindicaram" uma participação minoritária da estatal na nova empresa, que terá quadro próprio de funcionários e diretores e não contará com empregados da petroleira.
"Será uma companhia operacional, com empregados, executivos e colaboradores próprios e não contará com empregados cedidos pela Petrobras", disse a estatal.
Segundo a Petrobras, a nova empresa terá a responsabilidade de contratar a construção das sondas, fiscalizar as obras, levantar os financiamentos e escolher a futura empresa que vai administrar a operação no dia-a-dia.

FINANCIAMENTO
No que tange ao financiamento, não está descartada a possibilidade de obter recursos no mercado de capitais, por meio, por exemplo, do lançamento de ações. "Mas tal decisão ficará na alçada da direção da empresa", ressalva a Petrobras.
Entre as vantagens de não ser proprietária das sondas, a Petrobras cita o fato de evitar a consolidação de dívidas no seu balanço e de minimizar os desembolsos de caixa durante a fase de construção.
Após mais de um ano de indefinição, o resultado da licitação das sondas será divulgado em meio à disputa entre concorrentes (que quase foram à Justiça) e exigências ambientais da Petrobras -a estatal tornou obrigatório um duplo licenciamento: do Ibama e de órgãos estaduais.
Entre as regras da concorrência, estão a exigência de compra de 60% de equipamentos e serviços provenientes do Brasil e a construção exclusivamente em estaleiros instalados no país.

Fonte: Folha de São Paulo/PEDRO SOARES/DO RIO


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