Está recebendo muitas críticas artigo de Felipe Coutinho, presidente da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet), em que defende a estatal como operadora única no pré-sal. A tarefa é gigantesca, e o ideal é a Petrobras ser a principal, mas jamais a única operadora. A empresa, como se sabe, está cheia de problemas, a começar pelo fato de dispor de 100 mil empregados e mais de 300 mil terceirizados. Coutinho diz que a capacidade financeira da empresa é enorme, mas o plano de desinvestimento prova que há preocupação com a falta de dinheiro em caixa.

O dirigente declara que só a Petrobras pode fazer controle social sobre a taxa de produção e evitar extração predatória. Ninguém pode imaginar que a Agência Nacional do Petróleo e a rede burocrática pública não possam fiscalizar tais tarefas. Cita risco de fraude na medição de vazão e na medição dos custos, o que, igualmente, não é aceitável, pois ANP, Receita e outros órgãos podem controlar vazão e custos, em pleno século XXI. Além do mais, o governo fluminense tem ação contra a estatal, por discordar dos critérios de pagamento da emblemática companhia.

Sobre endividamento da estatal, comentou Aswath Damodaran, da Universidade de Nova York: “A Petrobras já é a companhia do setor de óleo e gás mais alavancada do mundo, mais endividada, e o que eles estão fazendo? Emitindo mais dívida. O que a Petrobras precisa fazer é aumentar o capital da companhia e não reduzi-lo com mais dívida. Eu nem vou comentar se um bônus de 100 anos faz sentido. Na verdade não faz sentido emitir nenhum tipo de dívida no momento. Eles precisam descobrir como trazer a alavancagem para baixo. É muita dívida e enquanto esse problema estiver sobre a cabeça da companhia não é possível fazer nada para sair dessa bagunça”.

Fonte: Monitor Mercantil/Serio Barreto Motta

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