A Petrobrasdeclarou ontem a comercialidade das acumulações de Tupi e Iracema, no bloco BM-S-11, na bacia de Santos. O campo de Lula será a nova denominação de Tupi, onde a estatal estima que existam 6,5 bilhões de barris de óleo equivalente (BOE) de volume recuperável total. Iracema receberá o nome de Cernambi e conta com volume de óleo recuperável total de 1,8 bilhão de BOE.
Mas a declaração, depois de aceita pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), não significa que a estatal vá adicionar o total de 8,3 bilhões de BOE às suas reservas provadas, que em janeiro de 2010 estavam em 12,143 bilhões de BOE pelo critério da Securities and Exchange Commission (SEC) e 14,865 bilhões de BOE pelo critério da Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE, na sigla em inglês).
A empresa informou que os 8,3 bilhões de barris da estimativa de óleo recuperável inclui as reservas provadas, prováveis e possíveis e que "apenas um percentual disso" será incorporado às reservas provadas em janeiro. A companhia não informou quanto será adicionado, mas estimou que o dado seja divulgado até 15 de janeiro.
Em fato relevante enviado ao mercado, a Petrobras frisou que o campo de Lula "será o primeiro campo supergigante de petróleo do país", com volume recuperável acima de 5 bilhões de BOE, enquanto Cernambi está entre os cinco maiores campos gigantes do Brasil.
Juntamente com a declaração de comercialidade, foram submetidos à agência reguladora o relatório final do plano de avaliação e o plano de desenvolvimento dos dois campos. Além da Petrobras, que é operadora e conta com 65% da área, o bloco BM-S-11 tem como sócios o britânico BGGroup (25%) e a portuguesa Galp Energia (10%).
Em relatório assinado por Emerson Leite, Marcos Guerra e Vinicius Canheu, o Credit Suisse ressaltou que o volume recuperável estimado de 8,3 bilhões de BOE ficou acima da curva de 5 bilhões a 8 bilhões de barris estimados para a área, mas destacou que a elevação era esperada, "dado o conservadorismo da estimativa anterior para o fator de recuperação", que era ao redor de 25%.
Para os analistas do Credit Suisse, outra razão para a mudança em relação ao total de óleo recuperável foram os 11 poços perfurados na área, além do teste de longa duração (TLD) de Tupi, que está em operação desde abril de 2009.
Fonte: Valor Econômico/Rafael Rosas | Do Rio
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