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Petrobrás emagrece investimentos nos campos terrestres do norte capixaba, diz Sindicato

Na última sexta-feira (26), representantes dos sindicatos dos setores ligados à exploração do petróleo estiveram reunidos, no norte do Espírito Santo. A possibilidade de paralisar as atividades nas empresas que prestam serviços, nos campos terrestres não está descartada, segundo afirma o coordenador geral do Sindicatos dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro), Elifas Machado.

"As demissões começaram em julho. Até ontem (25/11), contabilizamos 170 demissões pelas empresas terceirizadas, somente nos campos do norte. Ao todo, são 300 no Espírito Santo. Estamos traçando um plano de ação, mobilizando todos os sindicatos, para estudar uma paralisação das atividades, que pode ser por tempo indeterminado", disse Elifas Machado.

A Petrobrás estaria esvaziado as atividades de exploração dos poços em operação e reduzindo drasticamente os investimentos na perfuração, nos campos terrestres do norte do Espírito Santo. A desmobilização tem causado demissões e perdas de direitos e de massa salarial, em função das suspensões de contratos e da intensa rotatividade da mão de obra, segundo o representante do Sindipetro.

Elifas Machado destacou que os contratos com as empresas de sondas e perfuração estão sendo suspensos e as licitações paralisadas. Para o Sindipetro-ES, este cenário tem dificultado as negociações salariais com as empresas prestadoras de serviço, principalmente as de sonda, que empregam diretamente 60% dos trabalhadores terceirizados que são representados pelo sindicato.

Além da redução de postos de trabalho, há mudança nos cargos, segundo a diretora Ester Bárbara da Silva. "No novo modelo para a contratação de motorista, exigem o Ensino Médio. Há pessoas que atuam há 15, 20 anos e não têm essa escolaridade. Queremos que deem um tempo para se capacitarem. Foi uma condição contratual imposta pela Patrobrás e nessa situação 30 trabalhadores estão sendo prejudicados", afirmou Silva.

A Petrobrás possui 43 concessões de produção em Linhares, São Mateus, Jaguaré e Conceição da Barra. Segundo o gerente do ativo de produção norte capixaba, Genildo Luiz Borba, a Petrobrás vem mantendo o nível de investimento, no norte do Estado.

O gerente afirmou que a rotatividade é comum, com o fim de determinado projeto. "Quando termina o projeto em uma área, começa em outra e a rotatividade é comum. No momento, trabalhamos com duas sondas no norte e, até março, outra iniciará as atividades", disse.

Genildo Borba observou que desde 2006 a Agência Nacional de Petróleo (ANP) não licita áreas terrestres para exploração, no Estado. "Estamos tentando desenvolver os campos, dentro da área que já vinha trabalhando", disse.

O gerente considerou a possibilidade de as exigências para admissão de funcionários impostas às terceirizadas terem aumentado. Mas, considera que isso não necessariamente significa redução dos quadros.

"A Petrobrás sempre esteve aberta para dialogar com os sindicatos. Os contratos da empresa são feitos por meio de licitação. Cabe às empresas realizar os serviços para os quais são contratadas. A Petrobrás não entra na gerência das empresas, contrata os serviços", concluiu o gerente.

Fonte: ES Hoje/Por Fernanda Coutinho


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