Além do papel de atrair empresas para o Parque Tecnológico do Rio, a Petrobrás vem investindo na ampliação do próprio centro de pesquisa, reconhecido no mercado internacional pela especialização em águas profundas. O investimento, de R$ 900 milhões, mais do que duplicará a área, passando de 122 mil para 305 mil metros quadrados. Com arquitetura ousada, o edifício terá foco nas atividades do pré-sal e no desenvolvimento de energias renováveis. Com a ampliação o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobrás (Cenpes) passará a ter 227 laboratórios. Um dos mais modernos será destinado à visualização em 3D de dados do subsolo e equipamentos. "Lá, o engenheiro poderá entrar na estrutura que estiver projetando", conta o diretor de exploração e produção da estatal, Guilherme Estrella. Toda em estrutura metálica, a obra impressiona quem passa pelo câmpus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Não há empresa no mundo investindo em pesquisa como a Petrobrás", comenta o vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Baker Hughes, Maurício Figueiredo. Os gastos nesse segmento são fruto da necessidade de ampliar a produção de petróleo em condições diferentes das principais bacias produtoras no mundo. "A Petrobrás chegou aqui na década de 60 pensando em pesquisar refino, mas, com a descoberta da Bacia de Campos, precisou focar em tecnologias para águas profundas", destaca o diretor do Parque Tecnológico do Rio, Maurício Guedes. O Cenpes coleciona alguns prêmios internacionais pelas tecnologias desenvolvidas. Com a descoberta do pré-sal, a importância da pesquisa é ainda maior. Nenhuma região no mundo tem produção marítima em rochas semelhantes às encontradas abaixo do sal na costa brasileira. Além disso, as reservas estão a distância de 300 quilômetros da costa e a mais de 5 mil metros de profundidade, o que amplia o desafio. Para os especialistas entrevistados pela reportagem, uma das grandes vantagens no crescimento dos investimentos em pesquisa petrolífera está na criação de empregos altamente qualificados. São pesquisadores com doutorado, pós-doutorado e cursos no exterior. A busca por esses profissionais, por sinal, é o principal desafio das empresas que buscam se instalar no Brasil. O aumento na circulação deste tipo de profissional já provoca mudanças no dia a dia da universidade. A área do Parque Tecnológico, por exemplo, recebeu o investimento na abertura de uma filial de um restaurante mais sofisticado da zona sul da cidade, que contrasta com os tradicionais trailers que garantem a alimentação da maior parte dos alunos. (fonte: Estadão)
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