A Petrobras quer dar mais um empurrão no mercado de gás natural, que não reage à oferta apresentada nos leilões anteriores da estatal. Agora as distribuidoras terão acesso ao gás destinado ao mercado termelétrico também em ofertas semanais. Nos últimos leilões eletrônicos, realizados no ano passado, a estatal ofereceu gás contratado pelas distribuidoras que não estava sendo utilizado por queda da atividade econômica.
Nos oito leilões realizados até setembro foram oferecidos em média 8,3 milhões de metros cúbicos de gás mas desse total só foram retirados, em média, 3,6 milhões de metros cúbicos por dia. Isso apesar dos preços reduzidos em 35%. A partir de outubro o volume aumentou de 10 milhões para 22 milhões de metros cúbicos por dia, mas mesmo assim não houve reação. No dia 16 de março será feito o décimo terceiro leilão, com vigência de seis meses, até setembro.
Fica mantida a regra que permite às distribuidoras retirar apenas 30% do gás contratado. Mas elas terão ainda a chance de participar dos leilões semanais que trarão preços ainda menores. As compras - tanto no leilão semestral quanto nos semanais - que ultrapassarem os volumes previstos nos contratos de longo prazo das distribuidoras trarão desconto progressivo no preço.
Ontem a estatal convidou grandes clientes e distribuidoras para uma reunião de apresentação do novo modelo de gás para o curto prazo onde foram apresentados os resultados até agora e os preços praticados. O que ficou entendido na entrevista é que a Petrobras vê injustiça nas críticas de grandes consumidores que reclamam dos preços.
"Não temos o menor objetivo de passar margem para as distribuidoras. Não há interesse (da Petrobras) de baixar preço nenhum para nenhuma distribuidoras engordar margem. Porém, não temos relação comercial com os consumidores", disse Graça.
A diretora admitiu que os 22 milhões me metro cúbicos oferecidos no próximo leilão são muito para o mercado, mas o objetivo é aumentar aos poucos o consumo das distribuidoras, que já sentem a recuperação do mercado industrial para níveis anteriores aos da crise.
"Tenho certeza que não vendo esses 22 milhões (de metros cúbicos de gás) nem se eu der esse gás, porque não tem mercado ainda", disse Graça, minimizando riscos de falta do insumo para consumo termelétrico em caso de pedido de geração de energia pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). (Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner e Rafael Rosas, do Rio)
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