Estatal precisa de US$ 15 bilhões a US$ 25 bilhões para complementar o plano de investimento, diz José Sérgio Gabrielli
Kelly Lima - O Estadao de S.Paulo
A Petrobrás dará início ao processo de capitalização ainda no primeiro semestre deste ano, independentemente da aprovação do projeto de lei pelo Congresso. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, afirmou ontem que a companhia precisa de um aporte entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões para complementar os recursos necessários ao plano de investimentos para o período 2010 a 2014, que pode chegar a US$ 220 bilhões.
"É o montante que precisa entrar no caixa da empresa para manter a atual relação capital versus dívida, e capital versus Ebitda", disse, durante lançamento de patrocínio para projetos sociais.
Pouco antes, em teleconferência com analistas financeiros do País e do exterior, Gabrielli foi taxativo: "A capitalização tem que ocorrer até junho. A Petrobrás precisa dessa capitalização". A alavancagem (relação entre dívida e geração de caixa)da empresa no fechamento do balanço financeiro de 2009 era de 31%, podendo, pelos padrões da companhia, chegar a 35%.
Segundo ele, o volume do aporte sugerido corresponde apenas à participação dos acionistas minoritários. Exclui, portanto, o valor que o governo federal vai injetar no processo de capitalização. Pelo projeto de lei original, em trâmite no Senado, a Petrobrás agregaria às suas reservas, por meio de cessão onerosa, 5 bilhões de barris de óleo pertencentes à União.
Projetos. Para pagar por esse óleo, faria uma capitalização no mercado. O valor a ser pago pelos barris seria o equivalente à participação do governo no capital acionário da estatal, hoje de 32% do total. Conforme a Lei das Sociedades Anônimas, a estatal também abriria aos demais acionistas a possibilidade de acompanhar a oferta. Desse montante virá o aporte para financiar os projetos da Petrobrás.
Atualmente, a estatal está perfurando, em parceria com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), um poço ao norte da reserva de Iara, na Bacia de Santos, localizada fora de sua área de concessão, em busca da reserva a ser incorporada. Segundo Gabrielli, é intenção da companhia incluir, em seu plano de negócios para até 2014, parte do desenvolvimento dessa área.
O novo plano de negócios para o período de 2010-2014 ainda está sendo detalhado. Na última reunião, o conselho de administração da estatal aprovou uma orientação para que os investimentos no período fiquem entre US$ 200 bilhões e US$ 220 bilhões. No plano anterior, os investimentos previstos eram de US$ 174,4 bilhões.
Fonte: Estadão
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