Com a alta de 2,6% na produção nacional de petróleo em julho, a Petrobras já está produzindo, na média do ano, um pouco mais do que a meta traçada para 2015. Sem novas plataformas previstas para o restante do ano, a capacidade da estatal de superar os índices prometidos, contudo, ainda é incerta, segundo analistas.

Karina Freitas, do Concórdia, destaca que a interligação de novos poços à plataforma Cidade de Itaguaí, que entrou em operação em julho, deve contribuir para o aumento da produção do pré-sal nos próximos meses. A unidade, no entanto, pode não ser suficiente para sustentar um crescimento acima do projetado para o ano.

"Se a companhia vai conseguir atingir a meta ou ultrapassá-la, vai depender do ritmo de paradas programadas e do declínio da produção em campos maduros no restante do ano", afirma.

A estatal tem reforçado a meta de produzir 2,125 mil barris/dia este ano, o que representa uma alta de 4,5% sobre 2014. A média no acumulado até julho é de 2,131 milhões de barris/dia, volume 0,28% acima da meta traçada para o ano e 8,6% maior que a média dos sete primeiros meses de 2014.

O economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), acredita que a produção no 2º semestre deve se manter estável. Ele afirma que, se a estatal mantiver a produção dentro da média atual, conseguirá atingir a meta traçada para 2015.

Sem a entrada de novas plataformas, a tendência é que o crescimento desacelere até o fim do ano, frente a uma base de comparação mais forte no 2º semestre de 2014, quando a estatal registrou patamares de produção ainda não repetidos este ano. Em dezembro, por exemplo, a petroleira produziu 2,212 milhões de barris/dia, 70 mil barris/dia a mais que julho. Apesar do aumento de 2,6%, a produção do mês passado foi apenas a terceira melhor média do ano.

Fonte: Valor Econômico/André Ramalho | Do Rio

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