A Petrobras teve ontem seu maior tombo diário na Bolsa desde a crise de 2008, diante da decepção do mercado com o reajuste da gasolina e do diesel anunciado na última sexta-feira e com a falta de detalhes sobre a nova política de preços da estatal.
Os papéis mais negociados da companhia fecharam em queda de 9,21%, a R$ 17,36, enquanto os ordinários (menos negociados, com direito a voto) registraram desvalorização de 10,37%, a R$ 16,42. Foi a maior perda diária de ambos os papéis desde 12 de novembro de 2008, quando perderam mais de 13% cada.
As duas ações da estatal, juntas, representam cerca de 12% do principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, que fechou em queda de 2,36%, a 51.244 pontos. Foi a maior desvalorização diária do índice desde 30 de setembro deste ano, quando perdeu 2,61%.
Na última sexta-feira (29), a Petrobras aprovou uma nova política de preços, que começou com um aumento de 4% para gasolina e 8% para o diesel, nas refinarias. Nos postos, o aumento da gasolina ficou perto de 2%. Para o diesel, de 5%.
Em nota, a estatal deixou claro que os critérios de reajuste não serão divulgados, mas disse que o modelo irá garantir a “convergência dos preços internacionais dos combustíveis ao mercado doméstico”. Esse processo é considerado essencial por especialistas para que a empresa reduza o prejuízo e consiga manter seu modelo de negócios.
“O percentual do reajuste deixou a desejar, mas o mercado ficou mais frustrado com a nova política de preços. Não houve detalhes sobre o acordo entre a empresa e governo e, na avaliação do mercado, foi perdida a chance de mudar a postura de falta de clareza nas decisões da empresa”, diz Luana Helsinger, analista do GBM (Grupo Bursátil Mexicano). (Folhapress)
Números
9,21%
foi a queda dos papeis mais negociados da empresa no pregão de ontem
2008
foi o ano que a Petrobras registrou tamanha queda nos seus papeis
Fonte: O Povo (CE)
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