A presidente da Petrobras, Graça Foster, confirmou ontem que a companhia  recebeu proposta para a venda de ativos na Argentina. "Temos uma  proposta na mesa para a Pesa (Petrobras Argentina), com algumas empresas  interessadas", disse Graça. No entanto, ela ressaltou que não tem  "data-limite" e nem prazo para decidir sobre a venda.
O jornal  argentino "La Nación" dá a negociação como certa e informou ontem que a  companhia vendeu 51% do capital de sua subsidiária para a Oil  Combustibles, do empresário Cristóbal Lopéz. Porém, a principal  executiva da empresa brasileira não confirmou a informação durante  audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. "A  Pesa está na nossa carteira de desinvestimento, mas não temos pressa em  tomar uma decisão."
Sobres negociações com o grupo X, do  empresário Eike Batista, Graça disse que a Petrobras "mantém conversas  sistemáticas". Entretanto, assegurou que a estatal não investirá "um  dólar sequer" no Porto do Açu. De acordo com a executiva, o interesse  passa apenas pela contratação serviços portuários "a preços  competitivos".
Ao ser questionada sobre a refinaria Abreu e Lima,  em construção em Pernambuco e em sociedade com a estatal venezuelana  PDVSA, Graça disse que o país vizinho é bem vindo e terá participação no  empreendimento a partir do momento em que colocar 40% do valor da  refinaria.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) perguntou se ela,  como presidente da Petrobras, compraria a refinaria Passadena, no Texas  (EUA). Graça disse que "avaliando com os dados de hoje, talvez não tenha  sido a melhor opção (a compra)". A aquisição ocorreu em 2005, ainda sob  a gestão do ex-presidente José Sergio Gabrieli. "Aquele momento era  completamente diferente, não existia o pré-sal, o país tinha a  expectativa de crescimento do consumo interno e era preciso ter  refinarias também lá fora para atender esse consumo", explicou.
Graça  aproveitou a apresentação feita no Senado para informar que companhia  importará menos diesel e gasolina em 2013, embora haja a previsão de  aumento do consumo no mercado interno. "Produziremos mais diesel e mais  gasolina sem colocar novas refinarias em operação", disse. Segundo a  ela, o consumo de diesel aumentará em 5% e de gasolina 3,2% este ano.  "Vamos produzir mais, importar menos e nosso resultado neste ano será  melhor", acrescentou.
Na visão de Graça, a Petrobras está  conseguindo obter "mais convergência" entre os preços de combustível dos  mercados interno e externo. Neste sentido, ela considera que o recente  reajuste nos preço da gasolina e diesel foi muito importante. "A  convergência com preços internacionais é importante, pois a indústria do  petróleo é extremamente dolarizada".
Como estratégia, a  presidente da Petrobras disse que está trabalhando para reduzir o  impacto de poços secos encontrados na exploração do pré-sal. "Esta  redução de poços secos ajudou na composição do nosso lucro operacional".
Na  apresentação aos senadores, Graça disse que, embora a companhia tenha  registrado queda de produção, registrou alta nos investimentos do  primeiro trimestre, que aumentaram de R$ 18 bilhões para R$ 19,8 bilhões  entre 2012 e 2013. De acordo com Graça, sete plataformas de produção  serão colocadas em operação em 2013, que responderão pelo acréscimo de  capacidade de produção de 820 mil barris de petróleo/dia. Ela ressaltou  que há boa expectativa quanto ao plano de investimento. Segundo ela, a  taxa de sucesso exploratório no pré-sal é atualmente de 82%. A empresa,  ainda segundo a executiva, reduziu o prazo de perfuração de poços no  pré-sal em 70 dias.
Fonte: Valor Econômico/Rafael Bitencourt e Ribamar Oliveira | De Brasília
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