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Petrobras vai produzir nos EUA até novembro

Um ano depois do programado, a Petrobras espera começar a produzir petróleo nos Estados Unidos, como operadora, em meados de novembro. A estatal já tem uma produção pequena naquela país, pouco mais de mil barris em Cottonwood, e se prepara para extrair óleo e gás dos campos de Cascade e Chinook. Ali a companhia projetou um dos mais complexos sistemas de produção já instalados nos Estados Unidos e também a primeira plataforma flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO) no trecho americano do Golfo do México.

Até o fim do ano, a Petrobras estará produzindo aproximadamente 8 mil barris de petróleo por dia, com três poços, dois em Cascade e um em Chinook A segunda fase do projeto prevê mais 14 poços que permitirão usar toda a capacidade da plataforma, que é de produzir 80 mil barris/dia.

A estatal está em fase de testes para conexão e desconexão dos cabos que vão transferir petróleo para a plataforma BW Pioneer. A tecnologia é inovadora e permite parar a produção, desconectar os equipamentos e levar a embarcação para longe, se necessário. Para isso a Petrobras encomendou à BW um sistema de ancoragem especial, que pode ser separado dos equipamentos submarinos e poços.

O cuidado é necessário para prevenir danos à embarcação caso ela fique na rota dos furacões que varrem com frequência a costa americana da Flórida até o Texas. Em caso de emergência, será possível desconectar os equipamentos da plataforma em no máximo 4 horas, quando normalmente o tempo gasto seria de 20h. O sistema nunca foi usado no Brasil, onde a Petrobras domina a produção em águas profundas com FPSOs, porque a costa brasileira não é atingida por fenômenos dessa natureza.

O sistema de Cascade e Chinook terá ainda dois navios "aliviadores", cada um com capacidade de armazenar 500 mil barris, que levarão o óleo até a costa para refino. O sistema já teve aprovação das autoridades americanas.

Fernando José Cunha, gerente-executivo da área internacional da Petrobras para os Estados Unidos, África, Europa e Ásia, explicou que a demora para iniciar a produção se deve à complexidade do sistema. Mas não nega que o vazamento do poço Macondo, da BP, o pior acidente da história da indústria que começou em 20 de abril de 2010, aumentou os cuidados.

"Por questão de precaução, começamos a fazer testes adicionais. É claro que a questão de Macondo nos levou a ser muito mais seguros, mas não foi por imposição de nenhum órgão americano. A própria Petrobras decidiu ser mais rigorosa em relação ao comissionamento do FPSO", disse Cunha, referindo-se à fase de testes.

Dizendo desconhecer quaisquer mudanças de orientação na área internacional em função do novo plano estratégico da companhia, que está sendo revisado, o executivo se mostra animado com as perspectivas da empresa nos Estados Unidos, local estratégico onde a Petrobras tem uma refinaria, em Pasadena (Texas) que está processando 105 mil barris/dia a partir de óleo leve.

Cunha cita particularmente a descoberta de Tiber, um campo gigante operado pela BP com participação de 20% da Petrobras, onde são estimadas reservas de 1 bilhão de barris recuperáveis. A Petrobras tem ainda participação em Saint Malo (Chevron), Stones (Shell) e em duas recentes descobertas na área de Hadrian, operadas pela Exxon, com enormes reservas. No total ela tem participação em 189 blocos em águas profundas do golfo americano e opera 130 áreas.

Nunes disse que a diretoria internacional quer, inclusive, mais investimentos para Pasadena, superiores a US$ 1 bilhão, e que a venda de ativos não está nos planos da área, apesar dessa hipótese já ter sido admitida pelo próprio presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. "Estamos inclusive querendo demonstrar para a diretoria que somos elegíveis para fazer uma modernização naquela refinaria. Estamos conseguindo melhoras excepcionais e mostrando para a diretoria que, com investimento, vamos conseguir operar, a médio prazo, com rentabilidade", afirma o executivo.

Atualmente a África responde pela maior produção da Petrobras no exterior, com 54,5 mil barris na média de 2011, sendo grande maioria nos campos Akpo e Agbami, na Nigéria e 2 mil barris em Angola. O atual plano estratégico, que está sendo revisado, prevê investimentos na área de US$ 11,7 bilhões até 2014, sendo US$ 4,3 bilhões nos Estados Unidos.

Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio






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