Rio/Fortaleza. Após anunciar, em março deste ano, que venderia dois de seus campos terrestres de petróleo no Ceará (Fazenda Belém de Aracati e Icapuí), a Petrobras foi além e informou oficialmente, ontem (4), que abriu concorrência para a venda de outros quatro campos localizados no Estado, desta vez, em águas rasas. Segundo a estatal, os campos de Curimã, Espada, Atum e Xaréu terão seus direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural concedidos à iniciativa privada.
A venda será realizada por meio de processo competitivo e a Petrobras avaliará os termos e condições das propostas que venham a ser recebidas. Ao todo, a estatal venderá nove campos de petróleo, sendo os quatro do Ceará e mais outros cinco no Sergipe (Caioba, Camorim, Dourado, Guaricema e Tatuí). Juntos, eles produziram, em 2015, um total de 13 mil barris de petróleo e gás por dia, o equivalente a 0,5% da produção da estatal no período.
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Segundo a estatal, os ativos foram divididos em dois pacotes, sendo um de cada estado. Os interessados terão que fazer lances para cada conjunto de campos. "Os campos foram agrupados em polos de produção, com instalações integradas, de forma a proporcionar aos novos concessionários plenas condições de operação", informou a estatal.
A estratégia está sendo adotada também no processo de venda de campos terrestres, anunciado em março. O programa de venda de ativos é parte do esforço da Petrobras para reduzir seu elevado endividamento, na casa dos R$ 450 bilhões. O plano da estatal é se desfazer de US$ 15,1 bilhões. Até agora, porém, a companhia só conclui as operações de venda de parte da subsidiária Gaspetro e de suas operações na Argentina e no Chile, que lhe renderam US$ 2,1 bilhões.
Camilo e Parente
Na manhã de ontem, o governador do Ceará, Camilo Santana, recebeu, no Palácio da Abolição, o presidente da Petrobras, Pedro Pullen Parente, além de alguns diretores da estatal. O encontro não teve seu assunto divulgado, mas ocorreu em meio à intenção da empresa de reduzir seus investimentos em solo cearense.
Isso porque, além dos campos de petróleo, a Petrobras também já abriu processo competitivo para a venda do terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Pecém e das usinas termelétricas associadas ao empreendimento.
Fonte: Diario do Nordeste (CE)