Mais de US$ 90 bilhões em ativos de petróleo e gás em todo o mundo estão sendo negociados no mercado, como resultado da aceleração de aquisições, segundo estimativas do setor.
Puxado por iniciativas de grandes grupos petrolíferos visando seus ativos não essenciais, a onda de vendas acelerou bastante nos últimos dois anos, de acordo com a Derrick Petroleum Services, empresa de consultoria e pesquisas no setor.
O valor dos ativos no setor que estavam no mercado em meados de 2009 era de apenas US$ 20 bilhões e, no início de 2010, totalizava US$ 46 bilhões.
A cifra superior a US$ 90 bilhões é ainda mais significativa por vir após uma enxurrada de aquisições nos últimos três meses deste ano. Entre os negócios estão a venda de ativos significativos por parte da BP, grupo britânico no setor petrolífero.
O número é o "maior que já vi em pelo menos 10 anos", disse um executivo do setor. A cifra de US$ 90 bilhões compara-se com uma média, no setor, entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões de ativos à venda nos últimos três anos, disse a mesma fonte.
O salto na atividade acontece num momento em que as companhias petrolíferas internacionais, entre elas a BP, a Royal Dutch Shell, a ExxonMobile a ConocoPhillipscolocaram pacotes substanciais de ativos no mercado. A maioria das vendas refletem os planos dos grupos de tentarem se desfazer de ativos não essenciais para acumular recursos financeiros e contribuir no custeio de grandes programas de prospecção e produção.
As principais empresas do mundo estão sob intensa pressão no sentido de elevar os retornos que beneficiam os investidores. Nos últimos anos, os retornos vieram desproporcionalmente de dividendos e recompra de ações, e não de aumentos de capital, levando alguns observadores do setor a comparar as companhias a concessionárias de serviços públicos.
A BP tem se posicionado na dianteira, com planos para vender até US$ 30 bilhões em ativos para ajudar a cobrir os custos do vazamento no Golfo do México, apesar de já ter vendido cerca de US$ 22 bilhões. A Shell está vendendo alguns de seus ativos na Nigéria, enquanto a BP e a ExxonMobil colocarão à venda alguns de seus ativos no Mar do Norte. Alguns importantes ativos de gás estão também à venda no Canadá.
Os executivos do setor afirmam que apesar dos níveis de ativos à venda, o mercado está sendo esvaziado, pois ainda há "mais dinheiro do que ativos", segundo um executivo. O preço relativamente estável do petróleo, entre US$ 70 e US$ 85 por barril, ao longo do ano, vem produzindo balanços saudáveis.
Fonte: Vaçlor Econômico/Silvia Pfeifer | Financial Times, de Londres
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