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Leilão de Libra gera polêmica nacional

Nenhum país rico em petróleo consegue explorar sozinho suas reservas. A própria Petrobras se verá em dificuldades para cumprir o bem intencionado mas insensato privilégio de participar de 30% de cada área. Os leilões, portanto, são bem-vindos, uma vez que agregam capital de fora para explorar um bem interno. É melhor ainda quando a participação se dá com risco. Assim, ao contrário do que manifesta boa parte da esquerda e entidades de petroleiros, a presença estrangeira é interessante para o Brasil, um país que há séculos usa poupança externa, seja através de investimentos ou de empréstimos.

O caso de Libra, no entanto, mereceria melhores esclarecimentos. Diversas personalidades, como o senador Roberto Requião (PMDB-PR) e o ex-diretor da Petrobras Ildo Sauer, acreditam que, como no golpe do bilhete de loteria, o país estaria vendendo por uma ninharia uma riqueza extraordinária. Isso ocorreria porque, motivado por razões puramente conjunturais, como a necessidade de tapar o buraco das contas externas, se aceitaria migalha, a curto prazo, em troca de enorme fortuna, a médio prazo.

Para Sauer, Libra tem 50 bilhões de barris confirmados, que podem chegar a 300 bilhões de barris. “O governo está vendendo Libra por preço aviltado, para estancar uma crise específica no balanço de pagamentos”, acentua. Já Requião, em artigo co-produzido com Raul Bergmann, diretor da entidade dos engenheiros da estatal (Aepet), garante: “O Governo Dilma vai entregar o campo de Libra, já descoberto, com risco zero”. Nas contas de Bergmann e Requião, o Tesouro Nacional vai vender por US$ 15 bilhões uma jóia que pode valer US$ 1 trilhão – e colocaria o Brasil em um novo patamar econômico e social.

Não se está propondo vandalismo nas ruas ou outras atitudes radicais. Mas o Governo Federal teria de vir a público explicar, detalhadamente, se as contas de Requião e Bergmann estão erradas. Se o país tivesse uma classe média mais presente, como ocorre na França e na Inglaterra, o leilão só poderia ser realizado após um exaustivo debate, com transmissão direta pela TV aberta e muitos confrontos parlamentares.

Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta






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