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Polo de conhecimento

Parque tecnológico da UFRJ atrai multinacionais da cadeia ‘offshore’ para desenvolvimento de pesquisas

O Rio de Janeiro concentra um grande centro de pesquisas com empresas de diversas áreas, incluindo os segmentos naval e offshore. Criado em 2003, o parque tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) já concentra cerca de 40 empresas nacionais e estrangeiras numa área de 350 mil metros quadrados. Com a instalação de centros de importantes multinacionais e de novas empresas, o parque se apresenta como um polo desenvolvedor de tecnologias voltadas, principalmente, para os desafios do pré-sal. Por conta da procura, a UFRJ deve disponibilizar em breve novos terrenos na região da Cidade Universitária, zona norte carioca, onde o parque está localizado.


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Os investimentos previstos para o período 2010-2013 no parque tecnológico são da ordem de R$ 500 milhões. O valor será aplicado na construção de unidades de pesquisas. A expectativa da UFRJ é que esse ambiente gere soluções para os desafios tecnológicos do pré-sal e grandes oportunidades para empresas de base tecnológica de menor porte. E incentivar a interação com pesquisas acadêmicas da universidade. Por essa razão, o restante da área do parque está reservado para o desenvolvimento de projetos de incentivo a pequenas e médias empresas.

Um desses projetos é a ‘Torre de Inovação’, que vai abrigar cerca de 100 pequenas e médias empresas de diversos setores. Quatro pequenas empresas já estão instaladas, em prédios compartilhados, e mais seis foram aprovadas em 2012 para se instalar. A maior parte delas foi criada dentro da incubadora de empresas da Coppe/UFRJ.

O coordenador do parque, Maurício Guedes, conta que uma nova área, com 240 mil metros quadrados, deve ampliar o território de pesquisas. Este terreno, que pertence ao Exército, será adquirido pelo governo do estado e pela prefeitura do Rio de Janeiro. Desse total, cerca de 47 mil metros quadrados serão destinados às pesquisas da GE (General Electric), que possui atualmente um escritório provisório na Cidade Universitária. Outros 30 mil metros quadrados serão utilizados pela empresa L’Óreal, do ramo de cosméticos. O restante do terreno será distribuído entre sete a oito empresas da incubadora da UFRJ. A seleção dessas empresas deverá começar este ano.

— Nossa meta é chegar a 200 empresas. Isso será feito através da expansão e da ocupação de áreas ainda não ocupadas dentro do parque. Num espaço de 20 mil metros quadrados, deve ser construído um prédio alto, com a capacidade de abrigar uma centena de empresas. Existe muita procura. Queremos um mix de empresas que traga ganhos para a vida acadêmica da UFRJ e que tire proveito para elas — conta Guedes.

O projeto do parque surgiu com o objetivo de estimular a interação entre a universidade e empresas, incentivando o empreendedorismo entre estudantes, garantindo acesso privilegiado das empresas aos laboratórios, profissionais de alta qualificação, além de novas oportunidades de negócios e de pesquisas de ponta. Os laboratórios e centros de excelência instalados no parque e mantidos pela Coppe/UFRJ reúnem empresas de base tecnológica que atuam nos setores de energia, petróleo e gás, meio ambiente e tecnologia da informação.

Entre as multinacionais instaladas no parque está a francesa Schlumberger, que inaugurou seu centro de tecnologia em novembro 2010. A empresa é especializada na área de petróleo e gás e prospecção de geofísica. No mesmo ano, o conselho diretor do parque aprovou a instalação de centros de pesquisa das multinacionais Halliburton e Tenaris Confab. Em 2011, as empresas EMC, BG e Siemens venceram a licitação pelos últimos três terrenos disponíveis.

A Halliburton, que presta serviços para exploração e produção de petróleo, ocupará terreno de sete mil metros quadrados para construção do centro de pesquisa, para o desenvolvimento de caracterização e o monitoramento de reservatórios. Os investimentos ficarão entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões. A Tenaris Confab, fabricante de tubos de aço, ocupará terreno de quatro mil metros quadrados, onde construirá seu centro de pesquisas voltado para os setores de petróleo e gás, mineração, construção civil e automotivo. A empresa investirá cerca de US$ 21 milhões. A previsão é de que os centros de pesquisa das duas empresas estejam concluídos até o final de 2012.

Em fase de instalação estão as instalações da Usiminas, do setor siderúrgico, e de duas norte-americanas do setor de petróleo e gás: Baker Hughes, inaugurada em outubro de 2011, e FMC Technologies, inaugurada em janeiro de 2012. A siderúrgica brasileira deve iniciar as obras no parque tecnológico ainda no primeiro semestre, com objetivo de desenvolver novas tecnologias de aplicação de aços para os setores de óleo e gás, naval e offshore, com foco na demanda do pré-sal.

O centro tecnológico da FMC Technologies, inaugurado em janeiro, é o terceiro da empresa no mundo — os outros ficam em Houston, nos Estados Unidos, e em Kongsberg na Noruega. Entre 2010 e 2012, a FMC terá investido cerca de R$ 200 milhões no Brasil, sendo R$ 70 milhões destinados ao novo centro tecnológico. A nova unidade da FMC ocupa uma área de 20,5 mil metros quadrados, divididos em duas amplas edificações. Uma delas é um pavilhão, em operação desde outubro de 2011, onde foi testado o ‘separador submarino água-óleo’ — projeto em cooperação com a Petrobras, instalado no campo de Marlim, na Bacia de Campos. Esta área foi concebida para testar protótipos em escala real de equipamentos submarinos da indústria de óleo e gás. Ao lado da área de testes está localizado o prédio da engenharia, onde 300 profissionais da FMC desenvolverão projetos e pesquisas de novas tecnologias submarinas para exploração de petróleo e gás no Brasil, com foco também nas novas demandas do pré-sal.

Inicialmente, 200 engenheiros estarão trabalhando no prédio da engenharia, a partir de março de 2012. Na área de testes trabalham, atualmente, cerca de 100 profissionais. A ideia é, nos próximos meses, ampliar o quadro de 300 para 400 funcionários. “A FMC tem desenvolvido inúmeros avanços tecnológicos no Brasil por muitos anos e agora vai dar um largo passo na direção das tecnologias para o futuro. O centro de tecnologia vai ser o grande “drive” para tornar isto possível, e teremos não somente o tão falado conteúdo local de equipamentos, mas também o conteúdo local de alta tecnologia”, afirma Paulo Couto, vice-presidente de Tecnologia da FMC-Brasil.

 

O coordenador do parque explica que o processo de expansão está progredindo rapidamente. Segundo Guedes, o plano inicial era ocupar todo o parque em 20 anos. No entanto, entrando no nono ano já se fala em expansão. As principais motivações apontadas por Guedes são as perspectivas econômicas no Brasil bastante positivas, principalmente comparadas à da Europa, e o aprimoramento da capacidade científica brasileira nos últimos anos.

— Esperamos que essa demanda continue bastante aquecida nos próximos anos. Não temos muitas empresas do setor naval. Mas muitas empresas que fazem parte da cadeia — pondera Guedes.  Ele lembra que a primeira unidade instalada no parque foi o laboratório de tecnologia oceânica da Coppe/UFRJ, considerado ícone na área de tecnologia naval.

Formalmente, a nova unidade do centro de pesquisas da Petrobras não está nesse parque tecnológico, sobretudo por ela ocupar uma área de 200 mil metros quadrados. Apesar disso, Guedes ressalta que ela faz parte do ‘mesmo ecossistema’ do parque. Ele afirma que esse centro foi a principal âncora do campus para atração de multinacionais e investimentos. “Para o setor offshore, esse fenômeno que está acontecendo aqui será percebido como uma das grandes concentrações mundiais de atividade de pesquisa, desenvolvimento e inovação”, diz Guedes.

Guedes entende que muitas das empresas da área offshore que se instalaram no parque são parceiras antigas da Petrobras no desenvolvimento de tecnologia e foram estimuladas pela estatal a trazer atividades de pesquisa para o Brasil. “O país já dispõe de tecnologia para produção de petróleo no pré-sal, mas vamos enfrentar muitos problemas novos. Muitos desafios serão enfrentados nos próximos anos”, afirma Guedes.

O coordenador do centro tecnológico destaca ainda que o complexo enquadra-se no conceito de conteúdo nacional, no que diz respeito à inteligência que está incorporada em toda essa indústria. Ele lembra que dezenas de pesquisadores trabalharão no parque, sendo a maioria brasileiros, mas com a contribuição de especialistas de outras nacionalidades. “É um passo importante do país para nacionalizar também a produção de conhecimento”, enfatiza Guedes.

Os contratos de concessão do uso do terreno têm duração de 20 anos, sendo prorrogáveis por mais 20 anos. A universidade exige que as empresas mantenham relações de cooperação com os estudos e projetos acadêmicos e que realizem investimentos para construção e manutenção das instalações.






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