O Polo Naval do Estado deve movimentar US$ 6 bilhões nos próximos anos, afirmou a presidente Dilma Rousseff na manhã desta segunda-feira durante cerimônia de assinatura do contrato para a construção de duas plataformas de petróleo no Rio Grande do Sul.
Durante o discurso, a presidente falou também sobre destinação de royalties do petróleo para a educação e elogiou a maturidade da indústria naval brasileira.
Devido ao mau tempo, a visita de Dilma ao Sul do Estado foi cancelada e a cerimônia foi transferida para o Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini, em Porto Alegre.
O evento marcou a assinatura de contratos para a montagem das plataformas P 75 e P 77, que serão usadas na exploração do pré-sal na Bacia de Santos. Às 10h10min, quando Dilma e a presidente da Petrobras, Graça Foster, chegaram ao Palácio Piratini, o salão já estava lotado.
Autoridades, imprensa e representantes de sindicatos se aglomeravam no segundo andar do Palácio Piratini aguardando a presidente. Entre os presentes, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, os deputados Adão Villaverde (PT) e Henrique Fontana (PT) e o secretário Caleb de Oliveira. Com, o cancelamento da viagem ao sul do Estado, a direção da empresa Quip, responsável pela execução do projeto em Rio Grande, veio para Porto Alegre.
Graça Foster, a primeira a discursar, saudou trabalhadores do polo naval de Rio Grande e ressaltou a importância de acelerar a construção de plataformas para que as oito unidades sejam concluídas no país ainda em 2013. Das oito plataformas em construção no Brasil, três são no Rio Grande do Sul.
Sob olhar atento de Dilma, a presidente da Petrobras projetou que até 2020 a petrolífera tenha o dobro da capacidade de produção, mais de 4 milhões de barris de petróleo por dia
— Estamos muito próximos de nos tornar um dos principais centros de excelência do mundo na indústria naval— disse Graça Foster.
Logo depois, foi a vez do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Em breve discurso, o ministro ressaltou que o centro de pesquisas da Petrobras consta entre os melhores do mundo e elogiou a capacidade técnica dos trabalhadores brasileiros dos polos navais. Durante a fala de Lobão, chamou atenção a conversa de Dilma com Graça Foster ao pé do ouvido. As duas olhavam documentos e trocam impressões.
O discurso do Governador Tarso Genro deu o tom político à cerimônia. Criticou modelos anteriores de desenvolvimento e destacou alinhamento atual com o Planalto. O governador destacou crescimento de15% do PIB do segundo trimestre em comparação com mesmo período do ano anterior e ressaltou a mudança de perspectiva para a metade sul do Estado graças às políticas do governo de desconcentração do desenvolvimento.
Após a assinatura dos contratos, foi a vez de Dilma discursar. A presidente destaca parcerias com governo do Estado e prefeitura de Porto Alegre e chamou Tarso Genro e José Fortunati de grandes parceiros.
Dilma também relembrou história para homenagear trabalhadores e empresários envolvidos na construção das plataformas, comentando a retomada da indústria naval e os obstáculos enfrentados para recomeçar os trabalhos do setor no Brasil, em 2003.
— Gostaria de estar em Rio Grande, mas instruções da segurança nos obrigaram a cancelar a viagem — disse.
Dilma destacou ainda a contratação de até 18 mil trabalhadores para construção de plataformas e o papel das decisões e empresas estratégicas, como a Petrobras, no desenvolvimento do país. Segundo Dilma o campo de Libra vai exigir a construção de 12 a 17 novas plataformas nos próximos anos.
— O polo naval do RS vai movimentar US$ 6 bilhões nos próximos anos. As plataformas vieram para ficar. O Brasil conseguiu escapar da maldição do petróleo, que cria países ricos, com povo pobre — afirmou Dilma, se referindo a países que somente distribuem produto bruto e não possuem polos de fornecedores.
No encerramento Dilma falou sobre a necessidade do Brasil investir em escola de turno integral para ser desenvolvido, com aulas de reforço no turno inverso e que o país ainda tem poucos universitários.
— O governo terá que expandir acesso ao ensino superior. É necessário aprofundar programa Ciência sem Fronteiras , que envia profissionais ao exterior para qualificação —disse.
Questionada por jornalistas, Dilma confirmou que estará presente na próxima reunião da ONU, mas não quis comentar o recente caso de espionagem envolvendo a Petrobras e o governo americano.
Dilma segue agora para o aeroporto Salgado Filho para retornar a Brasília
Fonte: ZERO HORA
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